Condenação de decisão

Após impeachment, Equador, Venezuela e Bolívia chamam embaixadores

Marina Padilha
Marina Padilha
Publicado em 31/08/2016 às 21:09
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O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que pedirá a retirada da embaixada do Brasil / Foto: Facebook

O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que pedirá a retirada da embaixada do Brasil Foto: Facebook

Os presidentes do Equador, Venezuela e Bolívia chamaram os embaixadores para voltar ao país nesta quarta-feira (31), condenando a decisão do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff decidido pelo Senado brasileiro. 

O governo equatoriano enviou um comunicado classificando a exoneração da ex-presidente como “uma flagrante subversão da ordem democrática e um golpe de Estado”. Em uma publicação em sua página no Facebook, o presidente Rafael Correa anunciou que pedirá a retirada da embaixada do Brasil.

“O Governo do Equador não pode ignorar o fato de que um grande número de tomadores de decisão no processo de impeachment do presidente estão sendo investigados por atos graves de corrupção”, afirma o comunicado. “Estes eventos infelizes, inaceitáveis no século XXI, representam um sério risco para a estabilidade da nossa região e constituem um sério revés na consolidação da democracia, fruto de tanto esforço e sacrifício para o nosso povo.”

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Já o governo da Venezuela anunciou em nota oficial o congelamento das relações com o governo Temer, rotulando a situação como “originado em um golpe parlamentário”. O país ainda prometeu retirar definitivamente a embaixada do Brasil. “As oligarquias políticas e empresariais, que em em aliança com setores imperialistas consumaram o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff, recorreram a artimanhas jurídicas sob o formato de crime sem responsabilidade para ascender ao poder pela única via possível: a fraude e a imoralidade”, afirmou o documento.

“A República Bolivariana de Venezuela expressa sua solidariedade com a presidenta Dilma Rousseff e com os milhões de mulheres e homens que mediante o voto direto e secreto elegeram a presidenta. Foi executado uma traição histórica contra o povo do Brasil e um atentado contra a integridade da mandatária mais honesta no exercício da presidência da República Federativa do Brasil”, continuou a nota. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também expressou solidariedade a Dilma Rousseff e aos brasileiros. “Condenamos o golpe oligárquico da direita! Quem luta vence!”, exclamou Maduro na rede social.

 

 

A Bolívia ainda anunciou a retirada da embaixada do Brasil caso o impeachment fosse consolidada, condenando o "golpe parlamentar contra a democracia brasileira". Já Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, também expressou solidariedade afirmando que o coração estava ao lado de Dilma e dos "companheiros do PT".

 

 

O representante suplente da Nicaraguá, Luis Ezequiel Alvarado, também usou a expressão "Golpe de Estado Parlamentar", condenando o impeachment de Dilma. “Isso demonstra que as forças regressivas do hemisfério continuam trabalhando com o objetivo de desestabilizar e de provocar golpes de Estado contra os governos progressistas da região”, afirmou Alvarado.

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