Crise política

Turquia suspende autoridades do Tribunal Constitucional

Emilayne Mayara dos Santos
Emilayne Mayara dos Santos
Publicado em 30/07/2016 às 14:52
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O Tribunal Constitucional da Turquia é a mais alta corte do país / Foto: ILYAS AKENGIN/AFP

O Tribunal Constitucional da Turquia é a mais alta corte do país Foto: ILYAS AKENGIN/AFP

Ao menos 64 autoridades do Tribunal Constitucional da Turquia - a mais alta corte do país - foram suspensas de seus trabalhos como parte da repressão do governo, após a tentativa de um golpe militar há duas semanas, disseram autoridades neste sábado (30).

As suspensões irão durar até que uma avaliação seja feita sobre eventuais ligações que eles tenham com a tentativa de golpe que ocorreu no dia 15 de julho, disse o tribunal em um comunicado. Outras oito autoridades foram demitidas e detidas no dia 18 de julho. 

Cerca de 70 mil pessoas foram suspensas ou demitidas de seus empregos, de acordo com os últimos números citados pela agência de notícias estatal Anadolu, afetando trabalhadores no Judiciário, no sistema de educação, nos meios de comunicação, cuidados da saúde, entre outros setores.

Estas demissões fazem parte de uma ampla repressão do governo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre as pessoas suspeitas de estarem ligadas ao clérigo Fethullah Gulen, que atualmente está nos EUA, e que o governo diz que está por trás da tentativa de golpe.

Gulen, que viveu em exílio autoimposto desde o final da década de 1990, negou qualquer envolvimento ou conhecimento prévio do golpe.

Mais de 18 mil pessoas foram detidas ou presas em algum momento desde o dia 15 de julho. Destes, mais de 3.500 foram liberados. Dos detidos, mais de 9 mil, a maioria das forças armadas, foram formalmente presas, de acordo com dados do ministro do Interior, Efkan Ala.

Neste sábado, tribunais da Turquia libertaram neste sábado mais de 800 recrutas que estavam presos como parte da investigação do fracassado golpe de 15 de julho no país, informou a agência de notícias estatal Anadolu. Em Istambul, 758 dos 989 recrutas detidos na investigação do golpe foram liberados pelo escritório da promotoria, após uma decisão judicial.

Os promotores recomendaram a libertação sob o argumento de que os recrutas tinham prestado depoimento e não havia o risco de fuga. Os recrutas prestavam o serviço militar compulsório quando ocorreu a tentativa de golpe. Entre os libertados havia militares que fazem Ensino Médio. Outros 47 recrutas foram libertados por um tribunal de Ancara, em condições similares.

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