Abalos sísmicos

Chile já foi alvo do pior terremoto da história

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 17/09/2015 às 9:44
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Terremoto atingiu Chile nessa quarta (16), deixando pelo menos dez mortos / Foto: AFP

Terremoto atingiu Chile nessa quarta (16), deixando pelo menos dez mortos Foto: AFP

O Chile, que sofreu nessa quarta-feira (16) um terremoto de 8,3 graus de magnitude, deixando pelo menos dez mortos e um milhão desalojados, já foi alvo do terremoto mais forte registrado cientificamente. No dia 22 de maio de 1960, um sismo de 9,57 pontos na escala Richter atingiu o centro-sul do país. Cerca de 5,7 mil pessoas morreram e mais de 2 milhões ficaram feridas por causa da catástrofe.

O abalo sísmico produziu um tsunami que afetou localidades ao longo do Oceano Pacífico e a erupção do vulcão Puyehue. No Havaí, foram 62 mortos, e nas Filipinas, 31. Réplicas do terremoto puderam ser sentidas por mais de um ano. Estima-se que o prejuízo financeiro ficou entre US$ 400 milhões e US$ 800 milhões.

Os estragos, inclusive, chegaram a ameaçar a realização da Copa do Mundo de 1962 - na qual o Brasil foi bicampeão mundial. O evento esportivo acabou por ser um incentivo para a reconstrução do país e autoestima dos chilenos, estimulados pelo então cônsul geral do Chile no Brasil e presidente do Cômite Organizador da Copa de 1962, o carioca Carlos Dittborn Pinto.

"Toda a região dos Andes, do Sul do Chile até próximo do Peru e Colômbia está no encontro de placas tectônicas. Essas placas vão acumulando energia e, quando uma delas desliza, há liberação de energia na forma de terremoto", explica o professor do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Aderson Nascimento.

Não é possível afirmar que o abalo sísmico tem relação com mudanças climáticas, nem que existe a possibilidade de ocorrer outros terremotos nas áreas próximas, ainda de acordo com Nascimento.

AFP
Chile, 2015 - Terremoto de 8,3 graus na escala Richter deixa oito mortos e um milhão de desabrigados - AFP
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Chile, 1960 - Terremoto de 9,57 graus na escala Richter deixa 5,7 mil mortos - reprodução
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Alasca, 1964 - Terremoto de magnitude 9,2 matou 131 pessoas - reprodução
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Indonésia, 2004 - Terremoto de 9,1 pontos deixa 230 mil mortos ou desaparecidos - AFP
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China, 1976 - Terremoto de magnitude 7,8 mata 250 mil pessoas - reprodução
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Haiti, 2010 - Terremoto de 7 pontos mata 230 mil pessoas - AFP
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Japão, 2011 - Terremoto de 8,9 deixa 20 mil mortos ou desaparecidos - AFP


Terromotos fortes também foram registrados no Alasca (EUA), em 1964. De magnitude 9,2, o sismo, também seguido de tsunami, matou 131 pessoas e causou prejuízos financeiros de US$ 2,3 bilhões.

Na ilha de Sumatra, Indonésia, um abalo de 9,1 pontos em 2004 provocou um tsunami que atingiu 14 países do Sul da Ásia e do leste da África. A tragédia deixou cerca de 230 mil mortos ou desaparecidos e 1,7 milhão desabrigados.

Entre os sismos mais letais, estão um ocorrido em 1976 na cidade de Tangshan, na China, quando 250 mil pessoas morreram. O terremoto teve magnitude entre 7,8 e 8,2, na escala Richter.

Outro abalo devastador foi o registrado em 2010 no Haiti, quando 230 mil pessoas faleceram na capital, Porto Príncipe. A magnitude foi de 7 pontos.

Em 2011, um terremoto de 8,9 de magnitude no Japão deixou mais de 20 mil mortos ou desaparecidos e provocou uma tsunami que causou danos à usina nuclear de Fukushima.

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