Crise migratória

Família de menino encontrado morto em praia turca queria chegar no Canadá

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 03/09/2015 às 9:19
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Foto de menino morto chocou o mundo nessa quarta / Foto: AFP

Foto de menino morto chocou o mundo nessa quarta Foto: AFP

A família do menino sírio encontrado morto em praia uma turca, cuja foto chocou o mundo na quarta-feira (2), estava fazendo uma desesperada tentativa de fugir para o Canadá, apesar de seu pedido de asilo ter sido rejeitado. A imagem que mostra a criança de 3 anos, vestida com sua pequena camisa vermelha e calça azul, tornou-se símbolo do drama enfrentado por refugiados que tentam chegar à Europa e do fracasso da União Europeia (UE) em lidar com a questão. O bloco enfrenta a pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.

A Síria já estava em guerra quando Aylan Kurdi nasceu. Ele morreu com o seu irmão Galip, de 5 anos, e sua mãe, Rehan. Seu pai, Abdullah, sobreviveu.

Em declarações à imprensa canadense na noite de quarta-feira, parentes que moram no Canadá disseram ter recebido uma ligação de Abdullah Kurdi contando que sua mulher e os filhos estavam mortos, e que agora só queria voltar para sua cidade natal curda de Kobani para enterrar sua família. A cidade foi bombardeada durante intensos combates no início deste ano entre o Estado Islâmico (EI) e combatentes curdos.

NAS CAPAS DOS JORNAIS - A imagem foi amplamente compartilhada nas redes sociais e ganhou as capas dos principais jornais de todo o mundo. A hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (humanidadelevadapelaságuas), em referência à foto, foi para o topo dos trending topics no Twitter.

“Se essa imagem extraordinariamente poderosa de uma criança síria morta em uma praia não mudar a atitude da Europa com os refugiados, o que irá?”, questionava o título do britânico “The Independent”. Já o português “Público” justificou a publicação: “Vamos de forma paternalista proteger o leitor de quê? De ver uma criança morta à borda da água, com a cara na areia? Não sabemos se esta fotografia vai mudar mentalidades e ajudar a encontrar soluções. Mas hoje, no momento de decidir, acreditamos que sim.”

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