Acidente

Moluscos em asa de avião podem elucidar mistério do MH370

Marcella César de Albuquerque Falcão
Marcella César de Albuquerque Falcão
Publicado em 04/08/2015 às 10:30
Leitura:

Na semana passada, um fragmento de asa de avião, chamado flaperon, de dois metros de comprimento, apareceu na ilha francesa de Reunião e deu novas esperanças para resolver um dos maiores mistérios da história da aviação / Foto: Richard Bouhet / AFP

Na semana passada, um fragmento de asa de avião, chamado flaperon, de dois metros de comprimento, apareceu na ilha francesa de Reunião e deu novas esperanças para resolver um dos maiores mistérios da história da aviação Foto: Richard Bouhet / AFP

Os perceves (mariscos de água salgada) incrustados no fragmento da asa encontrada na semana passada na ilha Reunião, no oceano Índico, podem ajudar a esclarecer o mistério do desaparecimento do voo MH370, indicaram nesta terça-feira (4) vários especialistas.

A busca do Boeing 777, que desapareceu no dia 8 de março de 2014 quando realizava um voo entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo, se concentrou até agora no Oceano Índico, sem resultados.

Na semana passada, um fragmento de asa de avião, chamado flaperon, de dois metros de comprimento, apareceu na ilha francesa de Reunião e deu novas esperanças para resolver um dos maiores mistérios da história da aviação.

Depois de confirmar que se trata de um fragmento de Boeing 777, especialistas da aviação americana e da Boeing começarão na quarta-feira na França a examinar o fragmento com cuidado.

E segundo os cientistas os perceves podem ser decisivos para determinar por quanto tempo a peça permaneceu na água.

"É possível determinar a idade dos perceves e, se forem mais velhos que a data do desaparecimento, isso significará que o fragmento não é do avião", disse Melanie Bishop, professora de ciências biológicas na universidade Macquarie de Sydney.

Também será possível analisar as conchas para determinar a temperatura das águas por onde a peça transitou, segundo esta especialista.

Os cientista também afirmam que é possível determinar de que família são os percebes incrustados na asa para determinar por onde a peça passou.

Segundo o especialista em geologia Hans-Georg Herbig, se ficar confirmado que os perceves são da família dos Lepas, "poderemos ter a certeza de que o acidente ocorreu em uma zona de águas frias do sudoeste da Austrália".

"Se a peça só tiver perceves de água fria pode significar que esteve mais ao sul do que acreditávamos. Se forem apenas perceves tropicais significará que esteve mais ao norte", confirma Shane Ahyong, um especialista em crustáceos do museu de história natural australiano.

No entanto, este especialista lembrou que algumas espécies de perceves estão tão difundidas que é quase impossível determinar seu local de origem por falta de informação genética.

Mais lidas