Onda de Calor

Onda de calor deixa mais de 1.000 mortos no Paquistão

Marcella César de Albuquerque Falcão
Marcella César de Albuquerque Falcão
Publicado em 25/06/2015 às 9:08
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A maioria das mortes aconteceu em Karachi, a maior cidade do país, com 20 milhões de habitantes, onde as temperaturas alcançaram 45 graus / Foto: Rizwan Tabassum / AFP

A maioria das mortes aconteceu em Karachi, a maior cidade do país, com 20 milhões de habitantes, onde as temperaturas alcançaram 45 graus Foto: Rizwan Tabassum / AFP

A onda de calor que afeta o sul do Paquistão nos últimos dias provocou mais de 1.000 mortes, segundo um balanço atualizado divulgado por hospitais e ONGs locais.

A maioria das mortes aconteceu em Karachi, a maior cidade do país, com 20 milhões de habitantes, onde as temperaturas alcançaram 45 graus.

Desde quarta-feira, no entanto, a temperatura começou a registrar uma queda no país.

Os hospitais estão em alerta para receber as vítimas de desidratação ou insolação. 

"O balanço de mortos supera 1.000 e pode alcançar 2.500", disse à AFP Anwar Kazmi, porta-voz da Fundação Edhi, organização que lidera o atendimento médico de emergência em Karachi.

Segundo os dados recebidos pela AFP, um total de 1.079 pessoas morreram nos hospitais da cidade, vítimas da onda de calor. 

Os hospitais de Karachi atenderam quase 80.000 pessoas por problemas de insolação e desidratação, segundo fontes médicas. 

Depois de alcançar temperaturas superiores aos 40 graus centígrados, os ventos e as nuvens cobrem a cidade portuária há dois dias, o que representa um alívio para os moradores. 

A meteorologia prevê temperaturas de 34 graus para esta quinta-feira.

A Fundação Edhi informou que os necrotérios da cidade receberam tantos corpos que estão com dificuldades para manter os locais refrigerados da maneira correta.

As famílias das vítimas também encontram problemas para enterrar os falecidos, já que os coveiros precisam trabalhar em um ritmo incessante sob o sol escaldante. 

A onda de calor coincide com o início do mês do Ramadã, durante o qual milhões de muçulmanos no país respeitam um jejum do nascer ao pôr do sol.

O doutor Qaiser Sajjad, da Associação Médica do Paquistão em Karachi, afirmou que várias mortes foram provocadas pela falta de conhecimentos da população sobre a insolação, seus sintomas e o tratamento. 

"A principal razão é a falta de conhecimentos das pessoas. Ninguém sabe como lidar com uma situação assim", disse à AFP. 

O calor também provocou cortes de energia elétrica, um problema frequente no Paquistão que impede o uso de ventiladores e aparelhos de ar condicionado, além de interromper o fornecimento de água em Karachi.

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