Síria

EI toma último posto da fronteira com Iraque controlado por Assad, diz ONG

Marcella César de Albuquerque Falcão
Marcella César de Albuquerque Falcão
Publicado em 22/05/2015 às 10:55
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A conquista do posto de fronteira e da cidade histórica de Palmira, fizeram com que a milícia chegasse ao controle de metade da Síria, enquanto o regime tem apenas 22%. / Foto: STR / AFP

A conquista do posto de fronteira e da cidade histórica de Palmira, fizeram com que a milícia chegasse ao controle de metade da Síria, enquanto o regime tem apenas 22%. Foto: STR / AFP

A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos informou nesta sexta-feira (22) que o Estado Islâmico tomou o posto fronteiriço de al-Tanf, o último dos três pontos de cruzamento oficial entre Síria e Iraque controlado pelo regime de Bashar al-Assad.

Com a nova conquista, a facção radical tem o domínio de duas passagens -anteriormente havia conquistado Bukamal. O posto de al-Yaarubia, no norte do país, está nas mãos de combatentes curdos, contrários ao ditador sírio e à milícia.

Segundo a organização, sediada em Londres, a conquista do posto de fronteira e da cidade histórica de Palmira, a 246 km de distância, fizeram com que a milícia chegasse ao controle de metade da Síria, enquanto o regime tem apenas 22%.

Para o diretor do Centro de Terrorismo e Insurgência IHS Jane's, Matthew Henman, isso dará ao Estado Islâmico mais poder e facilidade para atacar a cidade de Homs, controlada por rebeldes moderados, e Damasco, bastião do governo de Assad.

A ofensiva do Estado Islâmico em Palmira forçou a saída de ao menos um terço de seus 200 mil habitantes, segundo o Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados). A ONU também tem preocupação com o patrimônio histórico da cidade.

Ainda não há informações, porém, de destruição das construções de mais de 2.000 anos. A única reivindicação da milícia é um vídeo na entrada da cidade, com postos do Exército abandonados e uma bandeira da facção no alto de um prédio.

IRAQUE - Outra vantagem dos extremistas, na visão do especialista, é que o posto de fronteira de Tanf dá acesso mais rápido e fácil à província iraquiana de Al Anbar, cuja capital, Ramadi, foi dominada pela facção no último fim de semana.

No Iraque, os extremistas avançam da cidade em direção a Habbaniya, para onde o governo iraquiano deslocou um grande efetivo para tentar contê-los. Se os milicianos tiverem sucesso, ficarão próximos a Falluja e à capital Bagdá.

O vice-primeiro-ministro iraquiano, Saleh al-Mutlaq, disse que a luta contra o Estado Islâmico não é mais um problema local e pediu apoio à comunidade internacional. "Todo o mundo sofrerá com esse perigo se não houver uma estratégia clara".

Na última segunda (18), após a queda de Ramadi para a milícia, os Estados Unidos reconheceram que foi uma perda, mas o presidente Barack Obama negou que a coalizão liderada por seu país esteja perdendo a guerra.

"Não há dúvida que foi um revés tático, embora Ramadi estivesse vulnerável há muito tempo. O treinamento, as fortificações e os sistema de comando e controle iraquianos não avançam rápido o suficiente na província de Al Anbar".

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