Brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas, sofre de esquizofrenia Foto: Reprodução
O brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia acha que a pena de morte no país acabou e que ele será solto. A informação é do advogado que o defende, Ricky Gunawan.
A família de Rodrigo Gularte, 42 anos, apresentou às autoridades indonésias vários documentos médicos comprovando que ele sofre de esquizofrenia, e pede a suspensão da execução por motivos humanitários.
Nesta segunda-feira (27), Gunawan apresentará um recurso para conseguir uma revisão do caso, assim como novos documentos que atestam sua doença mental. "Infelizmente, seu estado mental não permite que ele entenda a situação que enfrenta", afirma.
Gularte foi detido em 2004 ao tentar entrar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf e foi condenado à morte em 2005. A aplicação da pena pode ocorrer na terça-feira (28).
Nesse sábado (25), a Indonésia notificou oito estrangeiros condenados à morte, da Austrália, Brasil, Filipinas e Nigéria, de que serão executados. Todos eles já haviam sido transferidos a uma prisão de segurança máxima em Nusakambangan, um complexo penitenciário considerado o "Alcatraz indonésio", onde se encontram em isolamento antes de serem mortos.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, convocou no sábado (25) o governo indonésio a não executar os estrangeiros, lembrando a oposição tradicional da ONU à pena capital.
"Tomamos nota da declaração da ONU, mas também apontamos que não houve nenhuma declaração similar quando executaram recentemente dois indonésios", disse o porta-voz da chancelaria indonésia, Arrmanatha Nasir, fazendo referência à execução de dois trabalhadores domésticos indonésios na Arábia Saudita.
O Itamaraty declarou no sábado ao site G1 que o governo continuará com os contatos de alto nível com Jacarta para tentar convencer a Indonésia de suspender a execução de Rodrigo Gularte.
O governo brasileiro também informou ao G1 que os diplomatas brasileiros em Jacarta seguirão prestando assistência consular a ele enquanto for possível, mas ressaltou que respeita a soberania do país asiático e reconhece a gravidade do crime cometido.