Sistema foi amplamente adotado após a utilização de aviões nos ataques de 11 de setembro de 2001 Foto: AFP
- Um dos pilotos ficou preso fora da cabine antes de acidente
- Copiloto do Airbus tinha 630 horas de voo, diz Lufthansa
- Sozinho na cabine, copiloto teria acionado o mecanismo de descida de avião
- Copiloto da Germanwings era um alemão de 28 anos sem histórico terrorista
"Existe um sistema de vigilância de vídeo que permite que uma pessoa que queira entrar na cabine seja identificada. Apenas um piloto lá dentro pode destravar a porta", acrescentou o porta-voz.
O sistema foi amplamente adotado após a utilização de aviões nos ataques de 11 de setembro de 2001 que mataram quase 3.000 pessoas em Nova York e Washington.
A agência europeia de segurança aérea (EASA) e sua equivalente americana, FAA, declararam que a indústria aérea encontrou maneiras de evitar a tomada de aviões de passageiros, mesmo sob a ameaça de força letal.
"Os sistemas diferem de acordo com cada avião e companhia aérea para evitar um padrão e prevenir que supostos terroristas saibam como funcionam", disse um especialista no setor que pediu para não ser identificado.
Os aviões da Germanwings exigem um código de acesso para abrir a porta, mas a companhia aérea, que é propriedade da Lufthansa, não quis fornecer detalhes "por razões de segurança", nem dizer se um pé-de-cabra ou um dispositivo semelhante estava disponível para forçar a abertura da porta.
Alguns aviões, mas não todos, têm colocado ferramentas como machados em aviões para seu uso em tais casos.
O especialista do setor declarou que um código lança um sinal para pedir que a porta seja aberta.
Se ninguém dentro da cabine responder, a porta é desbloqueada automaticamente um minuto depois.
No entanto, o acesso à cabine ainda pode ser evitado se o piloto determinar que proteger o controle da aeronave é a prioridade.
A câmera de vídeo permite que o piloto ou o copiloto vejam o que está acontecendo do outro lado da porta, e eles têm um interruptor que pode bloquear o acesso "com o objetivo de prevenir um ato ilícito", explicou a piloto de Boeing 737 Daphne Desrosiers em uma rádio francesa.
Outro código secreto aciona um sinal mais forte, mas se a pessoa dentro da cabine estiver determinada a impedir o acesso, não é possível entrar, disse o especialista do setor.
"Os sistemas são variáveis e podem ser personalizados" pelas companhias aéreas e, até agora, "ninguém é capaz de explicar a cadeia de eventos" que levaram ao acidente nos Alpes, acrescentou o especialista.
Um porta-voz da Lufthansa confirmou que a porta da cabine só poderia ser desbloqueada "a partir de dentro, pressionando um botão".