Direitos Humanos

ONG denuncia uso excessivo da força pela polícia contra manifestantes no Egito

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 26/01/2015 às 10:44
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A ONG Human Rights Watch denunciou nesta segunda-feira (26) o uso excessivo da força pela polícia contra manifestações pacíficas no Egito, após a morte de pelo menos 15 pessoas na véspera das manifestações para marcar o quarto aniversário da revolta de 2011.

"Quatro anos depois da revolução, a polícia mata regularmente manifestantes", denunciou um comunicado da diretora para o Oriente Médio da HRW, Sarah Leah Wilson.

Os abusos policiais foram uma das principais causas das manifestações populares em 2011, que derrubou o presidente Hosni Mubarak. O atual presidente, Abdel Fath al Sisi, é acusado de instaurar um regime ainda mais repressivo.

Pelo menos 15 civis, a maioria manifestantes islamitas, morreram neste domingo em confrontos com as forças de segurança nas concentrações organizadas pelos partidários do presidente islamita Mohamed Mursi, destituído e detido pelo exército em julho de 2013.

"Enquanto o presidente Abdel Fatah al Sisi cuidava de sua imagem internacional em Davos (no Fórum Internacional), suas forças de segurança recorriam à violência contra egípcios que participavam de manifestações pacíficas", completa a HRW.

A promotoria egípcia abriu uma investigação pela morte no sábado a noite de Shaima al Sabagh, uma manifestante de 34 anos pertencente a um partido laico de esquerda, por um disparo. O ministério do Interior negou que seus agentes mataram a jovem.

Desde a derrubada de Mursi, as forças de segurança egípcias mataram mais de 1.400 manifestantes islamitas, 700 deles em poucas horas no centro do Cairo durante a dispersão de uma manifestação islamita no dia 14 de agosto de 2013. Para a HRW, trata-se da "pior matança massiva da história moderna do Egito".

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