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Tiroteio em sede de revista satírica francesa mata mais de dez

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 07/01/2015 às 9:05
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Periódico já havia sido objeto de ameaças no passado por ter publicado caricaturas de Maomé / Foto: AFP

Periódico já havia sido objeto de ameaças no passado por ter publicado caricaturas de Maomé Foto: AFP

Um tiroteio na sede do revista satírica francesa "Charlie Hebdo" causou mortes nesta quarta-feira (7), em Paris. 

O presidente francês, François Hollande, foi até o local e convocou uma reunião de crise no palácio presidencial para as 11h (horário de Brasília). As autoridades também anunciaram que a região parisiense foi colocada em estado de alerta máximo.

"A França é ameaçada porque, assim como outros países, nós somos um país de liberdade", disse Hollande.

Até o momento, o ataque deixou 12 mortos e pelo menos quatro feridos. Duas das vítimas fatais eram policiais.

Um jornalista que trabalha próximo ao local fez imagens dos atiradores na área:

Segundo informações, havia pelo menos dois atiradores, que conseguiram escapar em dois veículos. Uma pessoa disse que dois homens “armados com um [fuzil] kalashnikov e um lança-foguetes” atacaram o edifício, no centro de Paris, e “trocaram tiros com as forças de segurança”.

A redação do jornal satírico, publicado semanalmente, chegou a ser atacada em novembro de 2011, quando um incêndio de origem criminosa destruiu as suas instalações.

Esse incidente ocorreu depois de o jornal publicar um número especial sobre as primeiras eleições na Tunísia após a destituição do Presidente Zine el Abidine Ben Ali, vencidas pelo partido islâmico Ennahda, no qual o profeta Maomé era o “redator principal”. 

Segundo fontes policiais, os autores do ataque gritaram "Vingamos o Profeta!".

O último tuíte da publicação é um cartum satirizando o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi.

A Casa Branca condenou o atentado "nos termos mais enérgicos".

"Todos na Casa Branca se solidarizam com as famílias daqueles que foram mortos ou feridos neste ataque", declarou o porta-voz Josh Earnest, falando à MSNBC.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também condenou o que chamou de "um ato intolerável, uma barbárie".

"Estou profundamente consternado com o ataque brutal e desumano contra a redação da Charlie Hebdo. É um ato intolerável, uma barbárie que questiona a todos nós como seres humanos e europeus", afirmou Juncker em um comunicado.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, expressou solidariedade com a França na luta contra o terrorismo. 

"Os assassinatos em Paris são revoltantes. Estamos ao lado do povo francês na luta contra o terrorismo e na defesa da liberdade de imprensa", declarou Cameron em sua conta no Twitter.

A chefe do governo alemão, Angela Merkel, definiu o atentado como abominável. "Um ataque que ninguém pode justificar contra a liberdade de imprensa e de opinião, um fundamento de nossa cultura livre e democrática", afirmou em um comunicado.

AFP
A revista francesa Charlie Hebdo foi vítima de atentado - AFP
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Doze pessoas morreram, e dez ficaram feridas - AFP
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Periódico já havia sofrido ameaças no passado por ter publicado caricaturas de Maomé - AFP
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Último tuíte da publicação é um cartum satirizando o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi - AFP
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Presidente francês, François Hollande, esteve no local e repudiou o ataque - AFP

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