Assassinato

Honduras dá adeus à sua miss em funeral multitudinário

Mariana Campello
Mariana Campello
Publicado em 20/11/2014 às 21:23
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Miss Maria José Alvarado, de 19 anos, e a irmã dela, Sofia Trinidad, de 23, foram assassinadas na semana passada na cidade de Santa Bárbara  / Foto: AFP

Miss Maria José Alvarado, de 19 anos, e a irmã dela, Sofia Trinidad, de 23, foram assassinadas na semana passada na cidade de Santa Bárbara Foto: AFP

Sob aplausos, os hondurenhos despediram nesta quinta-feira, em um cortejo fúnebre multitudinário, à sua miss, Maria José Alvarado, de 19 anos, e a irmã dela, Sofia Trinidad, de 23, assassinadas na semana passada na cidade de Santa Bárbara (noroeste).

No mesmo cemitério San Juan Bautista, onde há dois anos foi enterrado o pai das jovens, Oscar Alvarado, os caixões foram depositados em meio ao choro dos presentes, depois de um cortejo de três quilômetros sob uma chuva fraca.

Maria José devia ter viajado a Londres na quarta-feira passada para participar do concurso Miss Mundo, que começa nesta quinta.

O assassinato da miss comoveu toda Honduras, apesar do hábito de sepultar muitos mortos todos os dias, devido ao nível alarmante de violência no país, onde operam vários bandos de narcotraficantes e do crime organizado.

Honduras tem a mais alta taxa de homicídios, 90,4 por 100.000 habitantes em 2012, segundo as Nações Unidas.

As jovens desapareceram depois de comparecer, em 13 de novembro, a uma festa de aniversário celebrada em um balneário da cidade de Santa Bárbara, 200 km a noroeste da capital. O homenageado era namorado de Sofia Trinidad, identificado como Plutarco Ruiz, detido como principal suspeito do duplo assassinato.

Uma das possíveis motivações do crime seriam ciúmes de Ruiz, "mas não comprovamos até o momento", disse à AFP o porta-voz da polícia, José Coello.

Segundo versões publicadas na imprensa local, Sofia Trinidad dançava na festa com outro homem, o que teria irritado Ruiz, que atirou na cabeça da namorada. Quando Maria José tentou fugir, ele acertou dois tiros em suas costas e, com a ajuda de outros dois cúmplices, levou os corpos em carros para as margens do rio, onde os enterraram.

Os corpos foram exumados na quarta-feira de uma cova clandestina, situada às margens de um rio, e levados à direção de Medicina Legal de Tegucigalpa, onde foram submetidos a necropsia no âmbito das investigações do crime.

Na madrugada desta quinta-feira, os cadáveres foram levados a Santa Bárbara, onde foram velados por algumas horas antes do sepultamento.

O porta-voz policial informou que foram detidos o namorado de Sofía Trinidad, Plutarco Ruiz, e o amigo dele, Aris Maldonado Mejía, assim como o dono do balneário, Ventura Díaz, e a esposa deste como "possíveis cúmplices" dos assassinos.

"Mediante interrogatórios, estamos vendo se há mais envolvidos, (assim como) nas investigações da arma usada no crime, no balneário e nos veículos", disse Coello.

Autoridades policiais e militares mobilizaram uma forte operação que acabou encontrando os corpos.

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