Direitos Humanos

Papa denuncia pena de morte aplicada em alguns países

Renata Dorta
Renata Dorta
Publicado em 23/10/2014 às 13:36
Leitura:

O Papa Francisco denunciou nesta quinta-feira as "execuções extrajudiciais cometidas por alguns Estados" e chamou os católicos a lutar contra todas as formas de pena de morte, tanto legais como ilegais, aplicadas no mundo.

"Todos os cristãos e homens de boa vontade são chamados a lutar não apenas pela abolição da pena de morte, legal ou ilegal, em todas as suas formas, mas também para que melhorem as condições carcerárias e respeitem a dignidade humana da pessoa que perdeu sua liberdade", afirmou o Papa ao receber no Vaticano uma delegação da Associação Internacional do Direito Penal.

Com um discurso forte e convincente, Francisco ressaltou que para os católicos "a condenação à prisão perpétua é também uma forma camuflada de pena de morte".

O líder da igreja católica acusou muitos Estados e seus agentes, sem nomeá-los, de autorizar "execuções extrajudiciais ou extralegais, homicídios deliberados", declarou.

"Frequentemente são apresentados como confrontos entre criminosos ou consequência do uso necessário, razoável e proporcional da força para aplicar a lei", lamentou.

O Papa criticou o que chamou de "populismo penal" e lamentou os "bodes expiatórios" criados pela política e os meios de comunicação.

Francisco também condenou a detenção preventiva, "quando de forma abusiva busca antecipar a pena, antes da condenação".

Para o pontífice, isso constitui "outra forma contemporânea de pena ilícita e oculta".

"A situação é particularmente grave em alguns países e regiões do mundo, onde o número de detidos sem condenação supera 50% do total", denunciou, criticando ainda a "tortura e as penas cruéis e desumanas que muitos Estados adotam com base na segurança nacional".

Mais lidas