Iguala

México: Procuradoria acusa prefeito de ordenar ataque a estudantes

Renata Dorta
Renata Dorta
Publicado em 22/10/2014 às 18:12
Leitura:

Prefeito, Jose Luis Abarca, é acusado de ordenar ataques. que matou pelo 6 estudantes e desapareceu 43 outros, na cidade de Iguala, México.  / Foto: Yuri Cortez/ AFP

Prefeito, Jose Luis Abarca, é acusado de ordenar ataques. que matou pelo 6 estudantes e desapareceu 43 outros, na cidade de Iguala, México. Foto: Yuri Cortez/ AFP

A Procuradoria Geral mexicana acusou nesta quarta-feira (22) o prefeito de Iguala (sul do país), que está foragido, de ter ordenado o ataque a tiros por parte da polícia municipal contra dezenas de estudantes na noite de 26 de setembro.

Pelo menos seis jovens foram mortos, e 43 estão desaparecidos.

"Foram solicitadas ordens de busca e apreensão contra o prefeito de Iguala (José Luis Abarca), sua mulher (María de los Ángeles Pineda) e seu secretário de Segurança Pública, na qualidade de prováveis responsáveis como autores intelectuais dos fatos acontecidos em Iguala", afirmou o procurador geral Jesús Murillo Karam, em entrevista coletiva na capital mexicana.

Esta é a primeira vez que a Procuradoria Geral aponta os supostos autores intelectuais desse crime que chocou o México e o mundo. Pelo menos 52 pessoas foram presas no âmbito dessa investigação.

Com base nos depoimentos dos detidos, o procurador afirmou que o prefeito José Luis Abarca deu a "ordem para enfrentar" os estudantes por medo de que sabotassem um evento público de sua mulher como diretora local de um órgão de Proteção à Infância.

A primeira-dama, María Pineda, é irmã de pelo menos três traficantes de drogas. Ela e o marido são ligados ao cartel local Guerreiros Unidos, acusado pela Procuradoria de envolvimento no sumiço dos estudantes.

Desde o desaparecimento desses jovens, nove fossas clandestinas foram encontradas em Iguala e nos arredores, com 30 corpos, informou o procurador.

A perícia declarou que 28 corpos não são dos estudantes, mas os resultados serão confirmados por legistas argentinos independentes. Os outros dois cadáveres continuam sendo analisados, acrescentou Murillo Karam.

Mais lidas