Dívida

Argentina pede troca de mediador, mas juiz nega

Renata Dorta
Renata Dorta
Publicado em 01/08/2014 às 15:29
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A Argentina pediu nesta sexta-feira (1º), em audiência na Corte Distrital de Nova York, a saída do mediador designado pelo juiz federal Thomas Griesa para conduzir as negociações entre o país e os fundos dos Estados Unidos, o advogado Thomas Pollack. O pedido, porém, foi negado na mesma audiência, que durou pouco mais de uma hora.

A Argentina não gostou da palavra "default" que Pollack usou em comunicado à imprensa, de acordo com o advogado que representa o país, Jonathan Blackman. "O comunicado foi infeliz", afirmou na audiência, destacando que o país não foi consultado sobre o teor do texto. "É um diálogo que deve ser conduzido com total confiança e abertura. A Argentina não tem mais confiança no processo de negociação como conduzido até agora pelo mediador", disse o advogado, afirmando que o comunicado mexeu com o mercado financeiro e a imagem da Argentina.

Já Griesa não concordou com o pedido da Argentina e classificou Pollack de "imparcial". "Nada do que aconteceu nesta semana tirou a necessidade de trabalhar para um acordo com a mediação de Pollack", afirmou o juiz. "Algo tinha que ser dito ao público e se a palavra default foi usada, não podemos dizer que ela é imprecisa. Não é anômalo chamar isso de default. O ponto é que a Argentina não cumpriu com suas obrigações", disse Griesa, ressaltando que o pagamento aos credores que aderiram às reestruturações da dívida não foi feito no último dia 30.

"O importante é que as obrigações da Argentina persistem e o país tem de lidar com elas", afirmou o juiz, pedindo que as conversas continuem para tentar a se chegar a uma solução.

No entanto, o órgão estatal de regulação da imprensa rejeitou a versão do La Hora. "O fechamento não tem nada a ver com a lei, mas com uma estratégia comercial", afirmou Paulina Mogrovejo, porta-voz do Conselho de Regulação da Informação.

Em julho, a revista HOY de Quito também suspendeu sua impressão e migrou para a versão eletrônica, alegando restrições a sua liberdade. Em 2013, o Vanguardia, outra revista de oposição, deixou o mercado com o mesmo argumento.

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