Foguete

Israel ataca Gaza e interrompe calmaria

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 28/07/2014 às 12:26
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Jatos israelenses dispararam contra três locais em Gaza nesta segunda-feira (28) depois de um foguete ter sido lançado contra Israel / Foto: AFP

Jatos israelenses dispararam contra três locais em Gaza nesta segunda-feira (28) depois de um foguete ter sido lançado contra Israel Foto: AFP

Um funcionário da área da saúde de Gaza informou que pelo menos 10 pessoas morreram e 46 ficaram feridas após um ataque israelense realizado nesta segunda-feira (28) contra um parque localizado no território costeiro palestino. Segundo Ayman Sahabani, que é chefe do pronto-socorro do hospital Shifa, outro alvo do ataque, há crianças entre os mortos e vários feridos. 

Os ataques aconteceram após uma pausa de quase 12 horas nos confrontos e no momento de intensificação dos esforços internacionais para encerrar as três semanas de guerra entre Israel e o Hamas. A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu um cessar-fogo "imediato" do conflito que já matou mais de 1.030 palestinos e 43 soldados e três civis do lado israelense. 

Equipes de filmagem foram impedidas de gravar da área ode impacto do hospital Shifa.

Já o Exército de Israel afirmou que foguetes disparados por militantes palestinos atingiram o hospital e o parque em Gaza. O Exército de Israel disse ter atingido dois lançadores de foguetes e uma instalação de fabricação desse tipo de armamento nas regiões central e norte de Gaza, depois de um foguete ter caído no sul de Israel no início do dia. O foguete não provocou danos nem deixou feridos. 

Mais cedo, o Exército israelense havia dito que não tinha realizado qualquer ataque contra Gaza desde as 21h30 de domingo, mas que tropas em solo avançavam na missão de destruir túneis na fronteira construídos pelo Hamas para realizar ataques em território israelense. 

Militares israelenses também realizaram disparos de artilharia em Beit Lahiya, norte de Gaza, em resposta a um foguete disparado contra Ashkelon, declarou um porta-voz militar de Israel. O Exército disse que oito foguetes haviam sido disparados contra Israel desde a meia-noite.

Na medida em que os muçulmanos começam a celebrar o feriado do Eid al-Fitr nesta segunda-feira, data que marca do fim do mês sagrado do Ramadã, havia temor e luto em vez de alegria na Faixa de Gaza. 

Em Nova York, uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU pediu um "cessar-fogo humanitário imediato e incondicional". Embora esta tenha sido a mais forte declaração do conselho sobre o conflito em Gaza, não se trata de uma resolução e, portanto, não é vinculativa. 

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, não escondeu seu desapontamento. Ele disse que o conselho deveria ter adotado uma resolução forte e legalmente vinculativa tempos atrás exigindo a imediata interrupção da "agressão" israelense, dando ao povo palestino proteção e levantando o cerco à Faixa de Gaza para que bens e pessoas pudessem se movimentar livremente. 

"Não se pode manter 1,8 milhão de civis palestinos na Faixa de Gaza nesta enorme prisão", disse Mansour aos repórteres. "Esta é uma receita para o desastre. É desumano, tem de ser interrompido e (o bloqueio) tem de ser levantado."

O embaixador israelense na ONU, Ron Prosor, também criticou a declaração, embora de uma perspectiva diferente, afirmando que ela não era equilibrada porque não mencionou o Hamas, o disparo de foguetes em direção a Israel e o direito de Israel de se defender. 

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