Militar

Ex-chefe de inteligência da Venezuela é detido em Aruba

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 25/07/2014 às 8:53
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Hugo Carvajal, ex-chefe de inteligência militar sob o comando de Hugo Chávez, na Venezuela, foi detido em Aruba na quinta-feira (24), informaram as autoridades locais.

Carvajal enfrentava sanções pelo governo dos EUA desde 2008 pela acusação de tráfico de drogas e de armas. No entanto, ele permaneceu como um dos mais influentes militares venezuelanos e, em janeiro, foi indicado para o cargo de cônsul em Aruba. A detenção foi feita a pedido de procuradores norte-americanos e ele deve comparecer a um tribunal de Aruba nesta sexta-feira. 

O atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou o processo. Maduro comparou a detenção a um sequestro e afirmou que o processo viola as leis internacionais e a Convenção de Viena, que concede imunidade diplomática.

"Ontem nós testemunhamos uma emboscada contra um soldado da pátria. Nós não queremos problemas com ninguém no mundo, mas se a dignidade da Venezuela for violada, a Venezuela responderá com força suficiente", disse Maduro. "Nós não deixaremos nossa honra ou a de qualquer venezuelano ser manchada pela campanha orquestrada pelo império", acrescentou.

O Ministério de Relações Exteriores da Venezuela insistiu que a Holanda, a responsável pelos assuntos externos de Aruba, imediatamente libere Carvajal. O ministério alertou que as relações comerciais e diplomáticas podem ser afetadas. O governo holandês não comentou imediatamente o pedido do governo venezuelano.

A porta-voz da procuradoria-geral de Aruba Ann Angela esclareceu que a imunidade sempre está ligada a alguma função, mas que Carvajal não exercia nenhuma função em Aruba. "Ele não é o cônsul geral, portanto ele não tem imunidade", afirmou. Os procuradores norte-americanos têm 60 dias para formalizar o pedido de extradição, afirmou Angela.

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