Justiça

Filha de pernambucana volta para casa do pai acusado de abusá-la na Flórida

Do NE10
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Publicado em 01/04/2014 às 13:36
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Amy Katrin durante visita supervisionada da mãe no dia 6 de março / Fotos: arquivo pessoal

Amy Katrin durante visita supervisionada da mãe no dia 6 de março Fotos: arquivo pessoal

A pernambucana Karla Janine está diante do drama de ter que voltar para a Flórida para continuar lutando pela filha, com quem fugiu para o Texas após denunciar que a menina foi abusada sexualmente pelo pai biológico quando tinha 3 anos. A pequena Amy Katrin, hoje com 6, deverá ser transferida do estado do Texas para a Flórida nesta quarta-feira (2), após audiência marcada para as 12h (horário do Recife). Na Flórida, a menina ficará com o pai, já que naquele estado Patrick Joseph Galvin, mesmo registrado como sex offender pela justiça norte-americana, conseguiu a guarda total da menina em outubro de 2013. Por falta de condições financeiras, a pernambucana continua sem advogado que a represente na Flórida.

A ordem para Amy ser transferida foi assinada pelo juiz F. Shields McManus, de Stuart/Flórida, o mesmo que concedeu a guarda total da filha a Patrick Galvin. Desde o dia 16 de janeiro deste ano, quando a mãe foi presa, a garota está sob custódia do Texas, residindo com uma família temporária. Karla foi liberada no dia 7 de fevereiro depois que a justiça texana alegou que não havia motivos para sua detenção. Já na Flórida, há um mandado de prisão no nome dela por ter descumprido ordem judicial ao fugir com a menina.

'Quando ela [Amy] for levada, terei que voltar para a Flórida e, provavelmente, serei presa novamente. É por isso que preciso de um advogado criminal para resolver a situação o mais rápido possível', declarou Karla em entrevista concedida ao NE10 no dia 18 de março.

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A pernambucana decidiu fugir da Flórida depois que o processo de abuso sexual contra o ex-marido ter sido arquivado, mesmo, segundo ela, com a apresentação de laudos do Department of Children and Families (DCF), espécie de conselho tutelar, e do parecer de um psicólogo confirmando o abuso sexual. 'Hoje Amy está sob a custódia do Estado do Texas, portanto qualquer problema que vir a acontecer com ela, a responsabilidade será inteiramente do Texas', desabafou Karla Janine.

SEM ADVOGADO - Ao contrário do que informou o Itamaraty em nota enviada ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (leia trechos abaixo), Karla afirma que nunca teve defensor público. No Texas, amigos da pernambucana contrataram uma advogada, cujos honorários foram pagos com dinheiro arrecadado com campanhas e doações. Na Flórida, no entanto, o processo segue à sua revelia, uma vez que a pernambucana ainda não conseguiu profissionais que atuassem 'pro bono' (gratuito).

Enquanto a representante consular em Houston, Alba Viana, mantém contatos frequentes com Karla e presta todo apoio que cabe ao Itamaraty, a pernambucana acusa a repartição consular em Miami de permanecer alheia ao caso. 'Após muitos dias sem dar notícias, o representante consular em Miami veio com discursos desencontrados sobre o andamento do processo', disse.

DOAÇÕES - Contribuições podem ser feitas por meio de depósito na conta da mãe de Karla, Kátia Sarmento Martins de Albuquerque (Banco Bradesco, agência 3201-8 / CC 0174551-4). Uma petição online no Change.org para pressionar a justiça norte-americana também foi criada e hoje conta com cerca de 14.500 assinaturas.

» Leia trechos do esclarecimento enviado pelo Itamaraty ao SJCC:

'Sobre a matéria publicada por esse portal no dia 18 de março último, o Ministério das Relações Exteriores informa ter acompanhado e prestado assistência consular a (sic) cidadã brasileira Karla Janine Albuquerque desde o momento em que foi informado de sua detenção pelas autoridades norte-americanas, no dia 21 de janeiro, após ter fugido da Flórida com a filha menor, Amy Katrin Galvin. Os Consulados-Gerais do Brasil em Houston e Miami têm atuado, dentro dos limites de suas atribuições legais, para auxiliar a brasileira, inclusive deslocando funcionários de suas funções para acompanhar audiências legais em localidades distintas de seu local de trabalho. Contatos constantes com o defensor público da brasileira também têm sido mantidos por ambos os Consulados.

(...)

'O Consulado em Miami tem também mantido contatos constantes com as autoridades norte-americanas na Flórida, acompanhando estreitamente o andamento do caso naquele estado, de modo a assegurar que os direitos da cidadã brasileira sejam respeitados'.


ENTENDA O CASO NESTA LINHA DO TEMPO:

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