Olinda

Público já lota auditório para julgamento dos canibais

Malu Silveira
Malu Silveira
Publicado em 13/11/2014 às 8:45
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Julgamento será no Fórum de Olinda / Foto: Malu Silveira/NE10

Julgamento será no Fórum de Olinda Foto: Malu Silveira/NE10

O público já começa a lotar o salão do júri do Fórum de Olinda, em Olinda, no Grande Recife, para assistir ao julgamento dos réus que ficaram conhecidos como "O trio de Canibais". Jorge Negromonte, 52 anos; Isabel Cristina, 53; e Bruna Cristina, 28, são acusados de matar e esquartejar em maio de 2008 a moradora de rua Jéssica Camila. O trio também confessou ter comido a carne da vítima, à época com 17 anos. O julgamento começa às 9h (horário de Pernambuco).

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Entre os presentes, advogados, estudantes de direito e representantes da sociedade civil. A advogada Marcela Moreno, 23 anos, chegou no local |às 7h30 para garantir o lugar no júri. "O caso é bastante complexo. Porque, além de chocar os valores morais com a antropofagia, envolve a análise psicológica dos acusados", explica. Marcela acompanhou o caso - descoberto em 2012 - desde o início. "Acompanhei tanto a repercussão em Olinda como em Garanhuns (o trio também é acusado de matar, esquartejar e comer a carne de duas vítimas em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco). Já dei uma lida no caso e, como advogada criminal, quero saber o que a defesa vai apresentar", afirma a advogada.

Transeuntes observam movimentação no fórum

Transeuntes observam movimentação no fórumFoto: Luiz Pessoa/NE10

Para a estudante de direito Emanuelly Benning, 27 anos, o júri será essencial no aprendizado dela. "Para mim, é importante tanto como cidadã, porque é um crime que chocou a sociedade, os nossos valores. E também como estudante, para obter conhecimento na área processual penal. Isso é uma aula, não só de como se portar, mas também como de todas as informações que acompanharemos", garante.

As professoras do curso de direito Pollyana Queiroz, 31 anos, e Raíssa Campelo, 36 anos, vieram de Caruaru, no Agreste pernambucano, com um grupo de quase 30 alunos para acompanhar o julgamento. "Nós coordenamos um projeto de extensão acadêmica que prepara os alunos para o Tirbunal do Júri. Estudamos grandes casos e acompanhamos os julgamentos. O (júri) dos canibais é uma oportunidade real para os alunos. Queremos saber como a promotoria vai se relacionar diante de um caso com tamanha repercussão e de como a defesa vai agir", explica a coordenadora do projeto Projuris.

Entre os participantes do programa está o aluno do 6º período de direito Dário Cursino, 28 anos. O aluno saiu de Caruaru por volta das 4h30 e chegou ao Fórum de Olinda às 7h para acompanhar seu primeiro júri. "A gente que é estudante quer vivenciar na prática o que vemos na teoria. Quero saber qual é a tese da defesa, o ritmo do julgamento, o papel do MPPE, avaliar todos esses pontos essenciais", explica.

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