Assassinato

Antiga vizinha de trio acusado de canibalismo diz que seria a próxima vítima

Amanda Duarte
Amanda Duarte
Publicado em 13/11/2014 às 12:32
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Maria Lúcia Ferreira desconfia que o trio planejava matá-la / Foto: Amanda Duarte/NE10

Maria Lúcia Ferreira desconfia que o trio planejava matá-la Foto: Amanda Duarte/NE10

Num misto de incredulidade e temor, antigos vizinhos do trio acusado de canibalismo em Pernambuco torcem pela condenação de Jorge Negromonte, Bruna Cristina e Isabel Cristina pela morte, esquartejamento e pelo fato de terem comido parte do corpo de Jéssica Camila, em 2008, à epoca com 17 anos. Ainda impactados pelo fato de o crime haver ocorrido próximo, vizinhos da casa 127a, na quinta etapa de Rio Doce, em Olinda, disseram ao NE10 que os réus eram muito caseiros. Um dos moradores - a dona de casa Maria Lúcia Ferreira - acredita que seria a próxima vítima do trio.

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Segundo a dona de casa, Isabel Cristina, 53 anos,conversava muito com ela: "Ela vinha até a minha casa e eu cheguei a ir duas vezes para a dela. Eu tenho um bazar e Isabel me dizia que tinha roupa pra vender, mas quando eu ia na casa olhar, nunca via nada".

Maria Lúcia diz que a acusada queria levá-la a um brechó distante. "Ela falava que era para eu juntar dinheiro que ela ia me levar para um lugar com roupas novas e baratas, mas eu acho que os planos dela já eram para me matar. Isabel sempre passava por aqui com uma mala grande e mostrava vidros de doces e eu sempre achei eles muito estranhos. Ela dizia que era encomenda, mas o que eu acho mesmo é que ali tinha carne de pessoas", sustenta.

Quando questionada sobre o julgamento, Maria Lúcia declara: "Eu espero que eles nunca saiam da cadeia, para a justiça ser feita. Nós nem desconfiávamos, mas é muita maldade atrair pessoas para depois planejar matar

Casa se mantém semelhante ao que era em 2008, quando o crime foi realizado

Casa se mantém semelhante ao que era em 2008, quando o crime foi realizadoFoto: Mayra Cavalcanti

Maria Lúcia, assim como outra vizinha do trio, nunca chegou a ver a vítima, Jéssica Camila. "Do dia para a noite eles apareceram com a criança. Eu perguntei a Isabel de quem era e ela disse que era de um caso antigo de Jorge", acrescentou.

De acordo com Maria, Jorge vivia andando de mãos dadas com Bruna e não fazia o mesmo com Isabel. "Os dois (Jorge e Bruna) não olhavam pra ninguém, não falavam com ninguém. Isabel era diferente, era mais comunicativa. Por isso acho que era realmente ela quem atraía as mulheres", diz.

Maria das Graças de Albuquerque, professora aposentada, que mora há 21 no local, afirma que sempre teve medo deles. "Eles eram muito estranhos. Isabel saía com um carrinho de feira e ficava pedindo coisas nas casas, como se fosse uma pediente e eu acho que isso era para sensibilizar as pessoas, fazer a gente ter pena dela", diz. Ela também comenta que eles viviam trancados em casa e quando saíam de casa sempre andavam com calça comprida e blusa de manga longa, mesmo com o calor.

Patrícia Chagas afirma que escutava muitos gritos durante a noite

Patrícia Chagas afirma que escutava muitos gritos durante a noiteFoto: Amanda Duarte / NE10

A moradora da casa ao lado, que preferiu não se identificar, admite que está torcendo para que o trio seja condenado. Patrícia Chagas, babá que mora há 12 anos na residência atrás do local dos crimes, ressalta que todos querem que o trio pague pelo que fez. A babá também afirma que os acusados passavam o dia todo dentro de casa e escutava muitos gritos durante a noite. "Eu acho que eles disfarçavam o cheiro das pessoas com frutas, casca de laranja, abacaxi. O lixo deles só tinha isso e muitas roupas velhas", comenta.

A casa está semelhante ao que era em 2008, quando o crime ocorreu. Com quintal em formato de "L", com um primeiro andar de tijolo aparente, a casa fica numa rua tranquila, estreita e de pedregulhos. Tem portão portão de cor verde e um muro também com os tijolos à mostra separa o seu interior.

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Jorge Beltrão Negromonte é um dos acusados - Luiz Pessoa/ NE10
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População acompanha chegada de acusados - Luiz Pessoa/ NE10
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Juíza Maria Segunda está à frente do caso - Luiz Pessoa/ NE10
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Paulo Sales, advogado de Isabel Cristina, uma das acusadas - Luiz Pessoa/ NE10
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Promotora Eliane Gaia participa do julgamento - Luiz Pessoa/ NE10
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Jorge Beltrão Negromonte é um dos acusados - Luiz Pessoa/ NE10
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Tereza Joacy (de cabelo curto), defensora pública de Jorge Beltrão - Luiz Pessoa/ NE10
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Isabel Cristina é esposa de Jorge Beltrão e também acusada - Luiz Pessoa/ NE10
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Bruna Cristina Oliveira da Silva completa o trio de acusados de canibalismo - Luiz Pessoa/ NE10
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Júri popular acontece no Fórum de Olinda - Luiz Pessoa/ NE10
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Jorge Beltrão Negromonte é um dos acusados - Luiz Pessoa/ NE10
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Isabel Cristina é esposa de Jorge Beltrão e também acusada - Luiz Pessoa/ NE10
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Bruna Cristina Oliveira da Silva completa o trio de acusados de canibalismo - Luiz Pessoa/ NE10
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Trio é acusado de matar, esquartejar e comer a carne do corpo de Jéssica Camila da Silveira Pereira, em maio de 2008. - Luiz Pessoa/ NE10
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Delegado que conduziu o inquérito Paulo Berenguer - Luiz Pessoa/ NE10
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