Trecho da BR-101 no Ibura: Pavimentação da rodovia foi considerada "boa" Foto:Edmar Melo/Acervo JC Imagem
Em Pernambuco, as rodovias mais bem avaliadas foram a PE-009 e a PE-052, ambas de gestão concessionada, pertencendo à Rota do Atlântico, via expressa de acesso a Suape e ao Litoral Sul do Estado. Tanto a PE-009, quanto a PE-052, foram avaliadas, em relação ao estado geral, como boas. Sobre o pavimento, receberam a classificação de ótimas, assim como na geometria das vias, que avalia a rodovia em aspectos como ser pista simples ou dupla, ter faixa adicional de subida, pontes e curvas, por exemplo. Já a PE-130, que corta Taquaritinga do Norte, foi reprovada em todos os três critérios de avaliação.
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Na Região Metropolitana do Recife, apenas um trecho da PE-052 é avaliado como ótimo. Outros fragmentos das rodovias que cortam o Grande Recife são bons, regulares e ruins. Como péssimo, foi classificado um trecho da PE-028.
Já sobre a sinalização, foram avaliadas como boas. No Estado, participaram do estudo 34 rodovias estaduais e federais. A BR-101, que possui trecho urbano, teve avaliação regular. O item com melhor nota da rodovia federal ocorreu em relação à pavimentação, considerada boa pela pesquisa.
De acordo com Jefferson Cristiano, coordenador de estatística e pesquisa da CNT, o levantamento considera a rodovia em toda sua extensão. "Pode ser que a via tenha alguns trechos bons, outros nem tanto. Então, nossa avaliação leva em consideração uma média", declara.
Mapa classificando as rodovias analisadas em Pernambuco (Reprodução/CNT)
Ainda segundo o estudo, para reconstrução, restauração e manutenção dos trechos danificados das rodovias de Pernambuco, seria necessário o investimento de R$ 1,5 bilhão. Além disto, as deficiências apresentadas pelas vias aumentam o custo operacional do transporte do Estado em 19,8%. A média nacional é de 24,9%.
Cerca de 58% das rodovias brasileiras apresentam algum problema
A pesquisa CNT de Rodovias 2016 analisou 103.259 quilômetros de rodovias estaduais e federais de todo o País, em relação à pavimentação, sinalização e geometria e constatou que 58,2% possuem algum tipo de problema. A etapa de coleta de dados da pesquisa durou 30 dias (de 4 de julho a 2 de agosto). Os resultados são separados pelo tipo de gestão (pública e concessionada), por jurisdição (federal e estadual), por região e por unidade da Federação.
Da esquerda para a direita: Bruno Batista, diretor executivo da CNT; José Hélio Fernandes, diretor do órgão; e Jefferson CristianoFoto:Mayra Cavalcanti/JC Trânsito
A pesquisa serve pra mostrar justamente a qualidade de via que está sendo oferecida e identificar os locais críticos para que eles sejam melhorados", afirmou. Para ele, um dos pontos que também deve ser observado é que, de todas as rodovias analisadas, 86,2% possuem pista simples de mão dupla. "As rodovias brasileiras têm a capacidade superada, estão saturadas, e isto é facilmente observado pela quantidade trânsito", relatou.
O Estado brasileiro que se saiu melhor na pesquisa foi São Paulo, que teve 81,4% das rodovias avaliadas como ótimas ou boas. É tanto que estão em São Paulo as 10 melhores ligações rodoviárias. O Acre foi um dos estados com pior desempenho, não apresentando nenhuma rodovia avaliada como ótima ou boa.
Acidentes
Em 2015, o custo total com acidentes no Brasil ficou em R$ 11,15 bilhões. Foram 121.438 acidentes, que deixaram 6.837 pessoas mortas. "Se todas as rodovias do País fossem consideradas boas, teríamos uma economia de R$ 2,34 bilhões", acrescentou Bruno Batista.
Para melhorar, a Pesquisa CNT sugere a eliminação dos 414 pontos críticos (que eram 230 em 2015), implantação de defensas em 51.459 quilômetros, construção de acostamento em 43.750 quilômetros e recuperação do pavimento. Para isto, seria necessário investimento de R$ 293,54 bilhões.
*A jornalista viajou a convite da CNT/Sest Senat