Uber

Na rota de fuga da crise, Uber vira alternativa para renda extra

Vinícius Barros
Vinícius Barros
Publicado em 22/07/2016 às 14:22
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Entre filmagens e corridas, Albert vai segurando as contas do mês / Foto: Cortesia

Entre filmagens e corridas, Albert vai segurando as contas do mês Foto: Cortesia

Em tempos de crise econômica, a luta pela manutenção do emprego e por uma colocação estável no mercado fazem com que as oportunidades diminuam e as filas em busca de trabalho só aumentem. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, no trimestre de março a maio, o desemprego cresceu em 11,2%, deixando 11,4 milhões de brasileiros sem ocupação.

Mas, para alguns recifenses a rota de fuga do desemprego tem quatro rodas e quatro letras: Uber. Instalado na capital pernambucana há quatro meses, o polêmico aplicativo, nesse intervalo de tempo, tem servido como alternativa para complementar a renda de pessoas dos mais diversos ramos. Albert Tenório é um deles. Além de se dedicar à função de motorista no app, ele desempenha as profissões de advogado e ator. Mas, neste ano, optou por um novo papel na carreira, por questões financeiras.

 

"Além de ator, sou funcionário público e perdi uma gratificação de repente. Isso foi o estopim para eu procurar uma coisa extra e o Uber, veio como uma luva. No início como existiam poucos motoristas, o lucro era bem expressivo. Algo em torno de R$1.200, R$1.300 por semana. Hoje, como houve um equilíbrio entre quantidade de motoristas e a demanda de passageiros, esse valor baixou para R$ 800, R$ 900, já tirando custos com gasolina, água e bombom que a gente tem que oferecer", comentou.

 

Inclusive, a função de motorista no aplicativo tem ajudado na carreira artística de Albert. Ele, que já atuou no premiado filme "Som ao Redor", do diretor Kléber Mendonça Filho e está no elenco da minissérie da Globo "Justiça", vê a oportunidade como uma experiência adicional para o seu trabalho diante das câmeras. "Como sou ator e motorista do Uber, (acaba sendo) um grande laboratório para mim. Tem pessoas de todos os tipos, crenças, idades, gostos. Isso é muito interessante e melhor ainda por estar recebendo por isso. Conhecer mais o ser humano é fundamental para minha profissão de ator", declarou.

Tenório em cena, na minissérie "Justiça"

Tenório em cena, na minissérie "Justiça"Foto:Cortesia

Até para quem já tem o próprio negócio, a necessidade de uma renda extra bateu forte. Rogério Ferreira é proprietário de uma loja de roupas e sapatos femininos e registrou uma queda de 60% nas vendas. Para driblar o saldo vermelho no final de mês, ele e a esposa tiveram que se desdobrar. "Tive que demitir  funcionários e minha mulher tomou a frente da loja, enquanto me dedicava ao Uber. Isso me ajudou a sair do sufoco. Não penso em abandonar o Uber, ainda está muito no início e acredito que daqui há um tempo será mais rentável. Tem me ajudado a fazer uma renda extra legal", concluiu.

Rogério contou com a ajuda da esposa na administração da loja

Rogério contou com a ajuda da esposa na administração da lojaFoto: Cortesia

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