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Buracos engolem trechos da Segunda Perimetral Norte em Olinda

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 05/05/2016 às 19:02
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Se bem conservada, a II Perimetral Norte poderia servir como escape para o grande fluxo de veículos na PE-15, em Olinda / Foto: Marília Banholzer/NE10

Se bem conservada, a II Perimetral Norte poderia servir como escape para o grande fluxo de veículos na PE-15, em Olinda Foto: Marília Banholzer/NE10

Vergonha. Esta foi a palavra mais usada durante entrevistas na tarde desta quinta-feira (5) sobre a situação deplorável em que se encontra a Avenida Senador Nilo Coelho, conhecida como II Perimetral Norte, em Olinda, no Grande Recife. Sujeira, falta de capinação, via esburacada, pontos de alagamento e enormes crateras fazem parte do visual da rodovia de 4,95 km de extensão.

A via que poderia ser um caminho rápido e prático de acesso aos bairros olindenses de Ouro Preto, Fragoso, Tabajara, Jardim Brasil, Peixinhos, Aguazinha, além da área correspondente à zona rural do município, pede socorro. O cenário de abandono incomoda a comerciante Elza Souza, 67 anos, que mora às margens da II Perimetral há mais de duas décadas.

Elza Souza mora às margens da rodovia há 23 anos e já perdeu as esperanças de mudanças

Elza Souza mora às margens da rodovia há 23 anos e já perdeu as esperanças de mudançasFoto: Luiz Pessoa/NE10

"Entra prefeito, sai prefeito e essa avenida fica assim. Cheia de buraco, sujeira, acidente o tempo todo. Quando chove, é o tempo todo com lama. Quando faz sol é um poeira danada. Eu mesma vivo aqui no meu negócio de máscara e ainda assim fico doente. Isso é uma vergonha", reclamou a moradora da região.

Embora toda extensão da via necessite de manutenção, o trecho localizado em frente ao Aterro Sanitário de Aguazinha tem sido alvo de reclamações de motoristas e transeuntes. Buracos e mais buracos tomam conta do antes era uma rodovia. O policial militar Omar Junior, 34, trafega todos os dias no local e também diz que a situação é uma vergonha para quem mora em Olinda. Para ele, é revoltante ver que o local não recebe a atenção necessária, embora os impostos relacionados à conservação das vias estejam cada vez mais caros. 

"O IPVA aumenta, a gente paga, e não vê um retorno. Acaba que quem sofre é o nosso bolso e o nosso carro que vai se deteriorando para passar pelos buracos e quem paga pelo prejuízo somos nós", reclamou Omar Junior que já viu situações de riscos de acidentes quando os motoristas tentam fugir das crateras.

Questionada sobre planos de manutenção para a via, ou pelo menos aos trechos mais críticos, a Prefeitura de Olinda não deu boas notícias aos que trafegam na localidade. "A Prefeitura de Olinda informa que realiza manutenção paliativa contínua na Avenida Senador Nilo Coelho (conhecida como II Perimetral), no intuito de minimizar os transtornos, enquanto a via não recebe intervenção definitiva. A Prefeitura esclarece ainda que, por se tratar de uma avenida intermunicipal, também está pleiteando convênio de manutenção junto ao Governo do Estado", disse a gestão municipal em nota. 

Problema antigo da Avenida Senador Nilo Coelho, a buraqueira nas proximidades do Aterro Sanitário de Aguazinha, foi alvo de uma grande obra em 2013, realizada a partir de uma parceira entre a Prefeitura de Olinda e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Na época, estavam previstas drenagem do trecho comprometido, cerca de 200 metros, implantação de uma base, um macadame, brita corrida e por cima de tudo isto uma camada grossa de asfalto, recapeando por completo do trecho. Nota-se, no entanto, que as intervenções não tiveram durabilidade.


Veículos fazem fila para tentar identificar por onde trafegar sem muitos prejuízos
Foto: Marília Banholzer/NE10

Também em 2013, a gestão municipal havia informado o projeto de duplicação da rodovia, como explica um trecho da reportagem de anúncio das obras: "O Departamento de Estradas e Rodagem de Pernambuco (DER) já tomou a iniciativa de contratar projeto Executivo de engenharia para duplicação da via, visando o alargamento da calha e a implantação de faixa exclusiva de transporte, no trecho existente de 4,2 km, pois o tráfego ainda vai ser mais intenso quando construído o viaduto sobre a PE 15 interligando-a com o prolongamento da II Perimetral e sua continuação até a ponte do Janga, trecho este que se chamará Metropolitana Norte."

HISTÓRICO -  A Avenida Senador Nilo Coelho foi implantada na década de 1970/1980, com calha parcial e circulação em mão dupla. A via apresenta trechos de pavimento flexível (asfalto) e trecho de pavimento rígido (placas de concreto) com calha variável entre 10 e 7 metros de largura e sem rede de drenagem, em grande parte de sua extensão. Com o tempo, a faixa de domínio foi ocupada irregularmente, apresentando hoje uma situação crítica – sem acostamento, sem drenagem, e um tráfego intenso de veículos de grande porte.

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