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Em greve, servidores do Detran-PE fazem passeata na Zona Oeste do Recife

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 08/03/2016 às 13:05
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Servidores bloquearam o trânsito na Avenida Caxangá / Foto: Diafonso Oliveira via comuniQ

Servidores bloquearam o trânsito na Avenida Caxangá Foto: Diafonso Oliveira via comuniQ

Servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) saíram em passeata da sede do órgão, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, até a Avenida Caxangá, na manhã desta terça-feira (8). Os trabalhadores estão em greve desde a última sexta (4).

O protesto saiu por volta das 11h20, chegando à Caxangá quarenta minutos depois. De lá, o grupo voltou para a sede do Detran-PE, onde continuou a mobilização.

Embora esteja no terceiro dia, a paralisação foi considerada ilegal pelo desembargador Marco Maggi antes mesmo de começar. A multa é no valor R$ 30 mil diários. O sindicato, que foi notificado nesta terça-feira, afirma que vai recorrer da penalidade. A greve deverá continuar até a próxima sexta-feira (11), quando uma nova assembleia definirá os rumos do movimento.

O Detran-PE afirma que os usuários estão sendo atendidos "parcialmente". Na sede, estão sendo feitas a entrega de documentos e a captura de imagens e digitais para Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além dos atendimentos de urgência, como recursos de infração e transferência de pontos da habilitação na data-limite. As vistorias estão acontecendo normalmente.

Os exames teóricos estão sendo realizados, enquanto apenas 30% dos práticos são feitos. As unidades dos shoppings e as do interior estão funcionando parcialmente. A Unidade de Táxis e Coletivos, na BR-101, não está recebendo os usuários. Segundo o Detran-PE, quem for prejudicado poderá procurar diretamente o órgão, sem necessidade de agendamento, após o fim da paralisação.

REIVINDICAÇÕES - A categoria tem três reivindicações principais. Os servidores reclamam que nenhum reajuste salarial foi dado no ano passado e afirmam ter perdas de mais de 30% nos últimos dez anos. "Há novas taxas, acrescentando R$ 200 milhões à receita e dizem que não têm dinheiro para repor as perdas dos trabalhadores", reclamou o presidente do sindicato, Alexandre Bulhões, no início da greve.

A conta não bate com a do Detran-PE, no entanto, que afirma que, no mesmo período, houve um acréscimo de 88% acima da inflação. O presidente do órgão, Charles Ribeiro, ressaltou que, devido à crise, a manutenção dos salários, sem reajustes, segue uma tendência de todos os setores do Estado.

Os trabalhadores se queixam ainda sobre o plano de cargos e carreiras. Os servidores reconhecem que o acordo de reclassificar 366 deles foi cumprido no fim do ano passado, mas se queixam que não houve, até agora, o pagamento dos valores retroativos a março. Para o Detran-PE, essa diferença não chegará aos servidores. "O Estado tem que cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Devido à crise, não pode fazer muita coisa", reconheceu o presidente do órgão.

A última reivindicação é sobre o plano de saúde. De acordo com o presidente do sindicato, o edital para contratar a empresa deveria ter sido lançado em agosto do ano passado, mas isso não foi feito até agora. "Emergencial é um precedente que a lei abre para casos em que você não teve tempo, mas estamos no quarto emergencial e não é publicado o edital", defendeu Bulhões. "O plano de saúde definitivo é uma questão técnica que a Secretaria de Administração está resolvendo, mas há o plano de saúde emergencial e eles estão sendo assistidos. Só recolhe 2% do salário, não tem do que se reclamar", rebateu Charles Ribeiro.

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