Transporte Coletivo

Presidente da Urbana-PE diz que pagar passagem com VEM pode diminuir assaltos a ônibus

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 02/02/2016 às 10:05
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Presidente da Urbana-PE acredita que assaltantes são atraídos pelo dinheiro da renda das viagens / Foto: Júlio Cirne/JC Trânsito

Presidente da Urbana-PE acredita que assaltantes são atraídos pelo dinheiro da renda das viagens Foto: Júlio Cirne/JC Trânsito

O presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, disse na manhã desta terça-feira (2) que uma das estratégias do órgão para combater os altos índices de violência e criminalidade nos ônibus que circulam no Grande Recife é a implementação da bilhetagem eletrônica, por meio do cartão VEM, nos coletivos. Linhas como a "T.I Camaragibe/Macaxeira" e "T.I Tancredo Neves/Macaxeira" já circulam dessa forma, em ônibus onde há apenas o motorista e o leitor do cartão, mas vem recebendo críticas por parte de passageiros que não possuem o bilhete. 

"Nós já tínhamos detectado, no ano passado, um aumento na incidência de eventos de assaltos dentro dos ônibus, então começamos a trabalhar, fazer uma campanha para a retirada do dinheiro à bordo", disse o presidente do sindicato que representa as empresas de ônibus, justificando que o que motiva o assaltante a roubar o coletivo é o dinheiro da renda das viagens.

As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Jornal e, quando perguntado a respeito dos assaltos e roubos dos pertences dos passageiros, Fernando Bandeira disse que está sendo ampliado o número de câmeras de monitoramento e segurança dentro dos veículos, que passaram de duas para quatro em cada ônibus. 

"Antigamente só tínhamos duas câmeras dentro dos ônibus, hoje nós temos quatro câmeras. Estrategicamente posicionadas para que, no momento de um evento desse, a gente tenha a fisionomia do assaltante e forneça Secretaria de Defesa Social para que ela prenda o marginal", disse o presidente da Urbana-PE.

Para representantes da Frente de Luta pelo Transporte Público, a implementação da bilhetagem eletrônica é importante, mas o passageiro não pode ser impedido de poder pagar sua passagem com dinheiro, caso queira. Segundo o advogado Pedro Josephi, essa imposição do pagamento exclusivamente com o VEM vai contra o Código de Defesa do Consumidor. 

Josephi aponta também outras ações que podem ajudar na diminuição dos índices de criminalidade dentro dos coletivos do Grande Recife. Dentre essas ações estão a instalação efetiva das câmeras de segurança e uma ampliação da iluminação nos terminais de integração e nos corredores por onde esses veículos circulam. 

CRÍTICAS AO PAGAMENTO COM VEM - O pagamento exclusivo com o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) recebeu muitas críticas de usuários que usam a linha "060 - T.I tancredo Neves/T.I Macaxeira". Parte da frota que compõe a linha foi substituídas por ônibus articulados, do mesmo modelo que os BRTs, que funcionam sem cobrador. O embarque nesses coletivos sem o VEM só é possível se o passageiro pagar a passagem em dinheiro em um dos terminais. 

VIOLÊNCIA NOS COLETIVOS EM NÚMEROS - Para se ter uma ideia do aumento da violência no transporte coletivo da RMR, foi registrado um aumento de 74,5% nos números de assaltos a ônibus que circulam na região. Esse número é relativo ao período de janeiro a setembro de 2015, em relação ao mesmo período de 2014. 

Os números são da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) e refletem a realidade dos assaltos à pessoas jurídicas.

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