demora

Condutores enfrentam filas para incluir cinquentinhas na BIN

Mayra Cavalcanti
Mayra Cavalcanti
Publicado em 11/11/2015 às 16:00
Leitura:


Filas foram longas em  concessionária localizada na Avenida Caxangá, no Recife / Foto: Mayra Cavalcanti/ NE10

Filas foram longas em concessionária localizada na Avenida Caxangá, no Recife Foto: Mayra Cavalcanti/ NE10

O condutor de cinquentinha que não está constando na Base de Índice Nacional (BIN) sofreu na manhã desta quarta para incluir seu veículo. Isso porque esta quarta (11) é último dia para registro e licenciamento de motos 50 cilindradas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE), o que acabou gerando longas filas nas concessionárias.

A reportagem foi a duas lojas, uma localizada na Avenida Caxangá, na Zona Oeste do Recife, e outra na Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, na Região Metropolitana. Em ambos os locais, havia muitos motoristas que ainda não tinham entendido o processo de inclusão da cinquentinha na BIN. A BIN é uma base de dados nacional, onde constam informações sobre os veículos da frota do País. O cadastramento de um carro ou moto, por exemplo, é feito no momento da compra pela concessionária. Mas, no caso das cinquentinhas, como não havia emplacamento, essa inclusão só passou a ser obrigatória no dia 31 de julho deste ano, quando foi sancionada a Lei nº 13.154, alterando o Código Brasileiro de Trânsito (CTB). 

Bernadete e Fabiano foram à concessionária para incluírem suas cinquentinhas na BIN

Bernadete e Fabiano foram à concessionária para incluírem suas cinquentinhas na BINFoto: Mayra Cavalcanti/ NE10

Dessa forma, os condutores que adquiriram a cinquentinha antes dessa data tiveram que solicitar às concessionárias que incluíssem sua moto 50 cilindradas na BIN. E é exatamente isso que a técnica de enfermagem Bernadete Ferreira, 47 anos, e o vizinho dela Fabiano Rodrigues, 28, vêm tentando fazer há um mês. "Já enfrentamos várias filas, sol quente, mas não conseguimos resolver ainda. Fomos no Detran e disseram para virmos na concessionária. Aqui ninguém sabia o que fazer. Não foi porque deixamos para a última hora, mas, sim, porque não conseguimos resolver antes pelo desencontro de informações", afirmou Bernadete.

Já o auxiliar de produção José Ailton, 46, deixou para fazer na manhã desta quarta por medo que não fosse mais necessário fazer o registro e emplacamento da cinquentinha. "Do mesmo jeito que voltaram atrás em relação à carteira de motorista, também poderia ter acontecido com o emplacamento", declarou. José Ailton se refere à suspensão da necessidade de CNH para condutores de cinquentinhas.

José Ailton, auxiliar de produção

José Ailton, auxiliar de produçãoFoto: Mayra Cavalcanti/ NE10

De acordo com Manoel Salvino, gerente comercial da loja da Avenida Caxangá, nesta semana, cerca de 600 pessoas por dia procuraram a concessionária para que suas cinquentinhas fossem incluídas na BIN. Devido ao aumento da procura, a loja contratou 10 pessoas, que permanecerão até que o movimento diminua. "Apesar de todas as mudanças, o movimento e a procura pelas cinquentinhas não caiu. Vendemos uma média de 11 por dia", explicou Manoel. 

No caso da loja na Avenida Presidente Kennedy, que foi alvo de protestos ontem e que também contava com longas filas na manhã de hoje, também houve reforço no número de funcionários. "Com 200 mil cinquentinhas só em Pernambuco e um prazo curto como o que foi dado, não estamos conseguindo dar conta pela quantidade de pessoas. Mas contratamos mais funcionários para minimizar os transtornos para os clientes", disse o gerente Ângelo Moraes.

Os condutores que forem flagrados a partir desta quinta (12) conduzindo cinquentinhas sem placas estarão cometendo infração gravíssima, com multa de R$ 191,54, sete pontos na CNH e retenção do veículo. 

Mais lidas