Catorze fotos estão expostas no VEM Foto: Sol Pulquério/Divulgação
Catorze painéis com fotos postadas nas redes sociais ficam expostos no horário de atendimento do posto: de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30h, exceto nos feriados. A mostra deverá ficar aberta por pelo menos três meses, com entrada gratuita.
Cenas cotidianas dos ônibus se misturam à paisagem recifense na exposiçãoFoto: Bia Ribeiro/Divulgação
Mesmo sem experiência como fotógrafia, Isabela passou a tirar fotos de lugares com os quais tinha identificação no Centro do Recife, onde começou a trabalhar após passar um período com home office. Já usando o título que virou nome do projeto, postou as fotos. A pedidos de amigos, fez uma série organizada em álgum, ainda no Facebook pessoal. Porém, foi ao transferir tudo para uma fanpage na rede social que passou a receber contribuições e o que era quase um relato sobre o Recife ganhou abrangência mundial. A primeira foto de fora foi enviada por uma amiga que vive em Zurique, na Suíça. Depois, recebeu uma foto de um amigo que mora em Moscou, na Rússia.
O ritmo de colaborações cresceu quando Isabela decidiu criar uma conta no Instagram e repostar o conteúdo no Facebook. "Fiz isso alguns meses depois. O Insta tem muito mais a cara desse projeto e diariamente tem novos curtidores, enquanto o Facebook é mais engessado", afirma a designer, que recebeu uma foto enviada da Noruega nesta terça-feira, dia de abertura da exposição. São mais de 100 cidades retratadas.
Por dia, Isabela posta cerca de quatro fotos, escolhidas entre as marcadas com o perfil @dajaneladomeuonibus e pela hashtag #dajaneladomeuonibus. Para a exposição, teve que selecionar 14 entre mais de 500 posts através de critérios como a qualidade da foto para impressão. "Eu criei o projeto, mas não sou autora, me sinto mais mediadora", afirma.
Cinema AIP está no imaginário de IsabelaFoto: Douglas Cavalcante/Divulgação
Dez meses depois da primeira foto, a designer voltou a trabalhar em casa, o que provocou a criação de uma nova página: a Calçadas que andei. Nessa, em que os internautas têm liberdade para postar o conteúdo que quiserem, seja de protesto pelas condições dos passeios ou de contemplação da beleza que há em algumas delas, não é mediadora. "Meu trabalho tem muito a ver com essa coisa ligada à cidade, à coletividade, ao espaço público, cotidiana. Acho lindo ter todo mundo envolvido", afirma.
Isabela quer agora ampliar a abrangência do #dajaneladomeuonibus fora da internet. Para isso, inscreveu no último edital do Funcultura projetos de um site e de uma exposição na Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu, na Zona Sul, e aguarda o resultado. A designer também planeja fazer oficinas, workshops e criar uma loja virtual para capitalizar o projeto. "Quero conscientizar as pessoas a olharem a cidade, pertencerem a ela e cuidarem dela."