Mobilidade

Dia Nacional da Carona Solidária conscientiza sobre o uso de carro compartilhado

Mariana Campello
Mariana Campello
Publicado em 28/05/2015 às 20:06
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Uma frota de 50 milhões de carros seria capaz de transportar simultaneamente todos os 200 milhões de brasileiros todos os dias / Foto: Guga Matos/ JC Imagem

Uma frota de 50 milhões de carros seria capaz de transportar simultaneamente todos os 200 milhões de brasileiros todos os dias Foto: Guga Matos/ JC Imagem

O Dia Nacional da Carona Solidária é comemorado nesta quinta-feira (28) e conscientiza os motoristas a darem um espacinho do seu veículo para alguém com o objetivo de diminuir o número de carros nas vias evitando congestionamentos, economizar gastos e ajudar o meio ambiente. Uma frota de 50 milhões de carros seria capaz de transportar simultaneamente todos os 200 milhões de brasileiros todos os dias. 

O professor Mário Mélo do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), utiliza o esquema de caronas para poder ir ao trabalho em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Ele divide o carro com mais quatro professores que moram no Grande Recife - nos municípios de Itamaracá, Candeias, Várzea e Olinda. "O ponto de encontro é na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desde agosto do ano passado realizamos o rodízio de carro. Além de economizar com gasolina, ajuda a evitar o cansaço físico já que viajamos duas vezes por semana", disse.

Foto: reprodução Facebook

Quem quiser participar de esquemas de caronas pode utilizar também o aplicativo BeepMe. O app permite que motoristas e caronas compartilhem trajetos em comuns. A plataforma estabelece um caminho inteligente para melhorar a qualidade de vida de seus usuários. Ele está disponível para Android, iOS e web. Outra opção é pelo Facebook, estudantes criaram vários grupos de carona entre Recife e outros municípios do Estado.

Confira reflexos da melhoria na mobilidade se mais brasileiros utilizassem carro compartilhado:

- Se 5% dos 37,5 milhões de brasileiros que utilizam o carro como meio de transporte individual optassem por deixar o carro e usar a carona, cerca de 1,8 milhões de veículos deixaria de circular diariamente pelas ruas do País. 

- Estivessem enfileirados, 1,8 milhões de carros representaria uma linha de 7,8 mil quilômetros. É praticamente uma ida e volta do Oiapoque ao Chuí, os dois extremos brasileiros, que em linha reta soma 4,2 mil quilômetros (cada trecho). Em outro comparativo, seria possível preencher mais de 110 vezes as Marginais Tietê e Pinheiros, em São Paulo, que juntas somam 70 quilômetros de extensão.

- Sob a mesma ótica, os 1,8 milhões de veículos deixariam de emitir 508 toneladas de CO2 por quilômetro rodado. Considerando que cada veículo rode em média 20 quilômetros por dia, a massa de poluição que deixaria de ser lançada em nossa atmosfera alcançaria a impressionante marca de 10 mil toneladas de CO2 em um único dia. Ou seja, em uma única semana, um navio Titanic, com 50 mil toneladas, deixaria de "encalhar" sobre o ar brasileiro.

- A efeito de comparação, uma árvore no auge de seus 20 anos de idade consegue capturar cerca de 150 quilos de CO2 da atmosfera. Nessa proporção, para neutralizar as 10 mil toneladas de CO2, correspondente à circulação de 1,8 milhões de carros em um único dia, seriam necessárias 67 mil árvores. Para 50 mil toneladas, ou uma semana de circulação dos mesmos 1,8 milhões de carros, 334 mil árvores.

- Ao reduzir a pressão sobre as ruas, a velocidade média que os veículos desenvolvem nas pistas vai aumentar. Ou seja: será possível chegar mais rápido em casa ou no trabalho e ainda gastar menos com combustível. No fim da conta, a carona pode impactar de forma inteligente o Produto Interno Bruto e ampliar competitividade do país de forma inteligente. Estimativas apontam que somente em São Paulo, onde está concentrada um terço de toda a frota brasileira, o desperdício financeiro com o para e anda dos congestionamentos alcance R$ 70 bilhões por ano, ou 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB). No Rio de Janeiro, o prejuízo é de R$ 30 bilhões anuais, outros 0,8% do PIB.

- Com menos poluição, os gastos hospitalares decorrentes de doenças respiratórias reduziria drasticamente. Segundo estudo da Unifesp, 77% dos atendimentos de emergência realizados em São Paulo estão relacionados aos problemas respiratórios. Tais ocorrências estão diretamente associadas ao tempo perdido nos congestionamentos, que por sua vez reduz o tempo livre do paulistano para exercícios físicos e lazer.

Fonte: BeepMe

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