Vias Travadas

Com o maior fluxo de veículos do Recife, congestionamento é comum na Agamenon Magalhães

Lorena Barros
Lorena Barros
Publicado em 23/04/2015 às 12:13
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O congestionamento é comum em toda a Av. Agamenon Magalhães, principalmente no bairro do Espinheiro / Foto: Lorena Barros / JC Trânsito

O congestionamento é comum em toda a Av. Agamenon Magalhães, principalmente no bairro do Espinheiro Foto: Lorena Barros / JC Trânsito

A Agamenon Magalhães é a via com maior fluxo de carros do Recife. Em horários de pico, os dois sentidos da avenida chegam a somar 9.600 veículos por hora. Por dia, nos dois sentidos, trafegam 97 mil veículos. Nas imediações do cruzamento com a Rua Buenos Ayres, no bairro do Espinheiro, porém, o congestionamento não tem horário. 

O trecho, que serve como "saída" de importantes vias da Zona Norte do Recife (como Rua Amélia, Rua da Hora e Avenida Rui Barbosa), compreende também os veículos que seguem de Olinda para a Zona Sul da capital. Somado com algumas imprudências, o trânsito é complicado para pessoas que seguem em todos os modais. 

É comum encontrar ciclistas seguindo pela via. Evanildo Júnior, de 38 anos, é um deles. Ele vai da sua casa, em Olinda, para o seu trabalho, no Derby, área central do Recife, diariamente equipado com cotoveleiras e capacete e chega ao seu destino final em 30 minutos: "Só utilizo outro tipo de transporte nessa avenida nos fins de semana, pedalo há anos e acredito que só quem tem muita experiência deve se arriscar a usar a bike aqui." Evanildo afirmou, ainda, que considera o respeito dos motoristas para com os ciclistas muito baixo, mas que já passou por momentos piores de desrespeito na Agamenon, principalmente por parte dos motoristas de ônibus, que, segundo ele, se utilizam do tamanho dos seus veículos para se impor perante os "menores".

O estudante Jonathan Ruan Silva já chegou a enfrentar duas horas de engarrafamento na Agamenon

O estudante Jonathan Ruan Silva já chegou a enfrentar duas horas de engarrafamento na AgamenonFoto: Lorena Barros / JC Trânsito

Para quem depende de ônibus, o congetionamento vem somado com a lotação dos coletivos. É difícil ver um ônibus vazio por volta das 7h na avenida. O estudante Jonathan Ruan Silva, de 18 anos, vem de Cidade Tabajara, em Olinda, e desce na parada localizada pouco antes do cruzamento com a Buenos Ayres. Nos raros dias que ele não enfrenta o trânsito caótico, chega ao seu destino em 50 minutos. Em horários de pico, leva até duas horas para chegar ao Espinheiro. Ao ser questionado sobre as possíveis melhorias na avenida, ele se mostra desesperançoso: "não tem como alargar mais a agamenon e o número de carros só aumenta, também acho que ninguém respeitaria uma faixa exclusiva de ônibus aqui... É difícil".

Mesmo de moto, Hugo Fabian enfrenta congestionamento na via

Mesmo de moto, Hugo Fabian enfrenta congestionamento na viaFoto: Lorena Barros / JC Trânsito

O motociclista Hugo Fabian, que só passa pela avenida em um dia da semana, vem da Avenida Caxangá e chega a perder 20 minutos num trecho de menos de 2 km. Os motoristas que seguem de carro também classificam a trajetória como difícil, como no começo da manhã boa parte dos motoristas está seguindo para o trabalho, a maioria dos carros só é ocupada por uma pessoa. Questionada sobre isso, a engenheira Luana dos Santos, que seguia de automóvel acompanhada de sua mãe, para uma consulta, afirmou que sempre iria prezar pelo conforto, mesmo enfrentando tanto congestionamento: "se for pegar trânsito no ônibus é melhor pegar trânsito dentro do meu carro, com mais segurança." 

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) informou, através de nota, que já realizou estudos para mudanças e melhoria do trânsito na região não só no cruzamento da Rua Buenos Ayres, mas também em outras vias importantes, como Rua da Hora e Av. Rosa e Silva. A constatação, porém, foi de que o esgotamento viário e a descontinuidade das vias agravam os congestionamentos da área. Com isso, as únicas soluções apresentadas pela companhia foram aumentar a operação de fiscalização e o número de agentes ao longo de toda a via - com 30 agentes e 53 orienradores de trânsito em cruzamentos importantes - e realizar operação com cones em sete pontos da Agamenon Magalhães, principalmente em horários estratégicos. 

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A avenida Agamenon Magalhães, no sentido Olinda/Boa Viagem, tem um fluxo de 50 mil carros por dia - Lorena Barros / JC Trânsito
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Em horário de pico foi possível flagrar, até mesmo, um trator trafegando na via - Lorena Barros / JC Trânsito
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Os orientadores de trânsito, conhecidos como amarelinhos, ficam de prontidão nos principais cruzamentos - Lorena Barros / JC Trânsito
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A Avenida também é ponto de passagem de passageiros, que desembarcam dos ônibus - Lorena Barros / JC Trânsito
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O fluxo de veículos compreende carros, motos, ônibus e ciclistas - Lorena Barros / JC Trânsito
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Alguns veículos imprudentes bloqueiam o cruzamento da avenida, mesmo com a presença de orientadores no local - Lorena Barros / JC Trânsito

*Esta matéria faz parte da série Vias Travadas, que mostra a realidade das principais ruas e avenidas marcadas pelo trânsito complicado. Toda quinta-feira no portal além do Twitter e no Facebook do JC Trânsito.

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