Manifestação

Protesto de cegonheiros para trânsito do Centro do Recife por três horas

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 24/02/2015 às 10:50
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Carretas passaram pela Ponte Buarque de Macedo, no Centro / Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem

Carretas passaram pela Ponte Buarque de Macedo, no Centro Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem

Reivindicando a contratação de motoristas pernambucanos para transportar a produção da fábrica da Fiat em Goiana, profissionais da área, conhecidos como cegonheiros, protestaram pelas ruas do Centro do Recife com mais de dez carretas na manhã desta terça-feira (24). A manifestação provocou congestionamentos por cerca de três horas.

Com ato marcado para as 8h, os cegonheiros começaram a se concentrar por volta das 6h30, no Cais de Santa Rita. Os caminhões, cobertos por faixas, foram estacionados no acostamento e os manifestantes foram à faixa central para entregar panfletos aos motoristas.

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O protesto saiu por volta das 8h, inicialmente com quatro caminhões, carro de som e cerca de 60 motoristas. Depois, as outras carretas que estavam estacionadas no Cais de Santa Rita seguiram a manifestação pela Avenida Martins de Barros. O percurso continuou pela Ponte Buarque de Macedo, pelo Cais da Alfândega e pela Ponte Giratória, acabando no sentido Centro/Afogados do Cais de Santa Rita.

Hélia Scheppa/JC Imagem
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O trânsito no cais ficou congestionado desde as 7h até por volta das 10h, além de vias como a Rua Madre de Deus, que também ficaram com retenções. Com isso, os motoristas tiveram que pegar rotas alternativas, como o Viaduto Capitão Temudo, para quem saía da Zona Sul, que também acabou ficando engarrafado.

Os motoristas deixaram o Recife pela Rua Imperial, seguindo pelas avenidas Mascarenhas de Morais e Recife, até chegar à BR-101, de onde seguem para Goiana, onde fica a fábrica da Fiat e estão acampados desde o dia 15 de janeiro.

REIVINDICAÇÕES - O material entregue pelos manifestantes aos motoristas que passaram pelo Cais de Santa Rita afirma que a Sada, empresa escolhida pela Fiat para escoar a produção dos veículos Jeep em Goiana, "falta com a verdade ao povo de Pernambuco".

Caminhões ficaram estacionados no Cais de Santa Rita e congestionaram trânsito no local

Caminhões ficaram estacionados no Cais de Santa Rita e congestionaram trânsito no localFoto: Hélia Scheppa/JC Imagem

Os profissionais pernambucanos querem atuar com pelo menos metade da produção local. No entanto, a empresa anunciou à imprensa, na semana passada, que 12 motoristas do Estado serão contratados inicialmente para transportar os carros Jeep para o Norte e o Nordeste. A carga será levada para as outras regiões por profissionais que vêm da fábrica de Betim, em Minas Gerais, com modelos produzidos lá.

Esse anúncio foi alvo de mais reclamação. Segundo Luciano Pontes, vice-presidente do Sintrave-PE, um dos cinco sindicatos que representam a categoria, em audiência realizada no início de fevereiro, a Sada teria se comprometido a dar retornos sobre a pauta dos motoristas. "Só soubemos pela imprensa. E foram inverdades", afirmou.

Em nota, a Sada afirmou que "não existe nenhuma negociação com os supostos sindicatos dos cegonheiros e ainda ratifica que não há nenhum compromisso formal ou qualquer jurisdição que recomende a empresa a negociar as contratações de profissionais com sindicatos".

Em entrevista à Rádio Jornal, o diretor da empresa, Edson Pereira, afirmou que as reivindicações dos motoristas não serão atendidas, entre outros motivos, para evitar aumento de custos. "Eles se dizem cegonheiros pernambucanos, mas prestam serviço a locadoras. Eles são empresários como a gente. Anteriormente concorriam comigo e agora querem trabalhar para mim", disse.

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