Carretas passaram pela Ponte Buarque de Macedo, no Centro Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem
Com ato marcado para as 8h, os cegonheiros começaram a se concentrar por volta das 6h30, no Cais de Santa Rita. Os caminhões, cobertos por faixas, foram estacionados no acostamento e os manifestantes foram à faixa central para entregar panfletos aos motoristas.
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O protesto saiu por volta das 8h, inicialmente com quatro caminhões, carro de som e cerca de 60 motoristas. Depois, as outras carretas que estavam estacionadas no Cais de Santa Rita seguiram a manifestação pela Avenida Martins de Barros. O percurso continuou pela Ponte Buarque de Macedo, pelo Cais da Alfândega e pela Ponte Giratória, acabando no sentido Centro/Afogados do Cais de Santa Rita.
O trânsito no cais ficou congestionado desde as 7h até por volta das 10h, além de vias como a Rua Madre de Deus, que também ficaram com retenções. Com isso, os motoristas tiveram que pegar rotas alternativas, como o Viaduto Capitão Temudo, para quem saía da Zona Sul, que também acabou ficando engarrafado.
Os motoristas deixaram o Recife pela Rua Imperial, seguindo pelas avenidas Mascarenhas de Morais e Recife, até chegar à BR-101, de onde seguem para Goiana, onde fica a fábrica da Fiat e estão acampados desde o dia 15 de janeiro.
REIVINDICAÇÕES - O material entregue pelos manifestantes aos motoristas que passaram pelo Cais de Santa Rita afirma que a Sada, empresa escolhida pela Fiat para escoar a produção dos veículos Jeep em Goiana, "falta com a verdade ao povo de Pernambuco".
Caminhões ficaram estacionados no Cais de Santa Rita e congestionaram trânsito no localFoto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Esse anúncio foi alvo de mais reclamação. Segundo Luciano Pontes, vice-presidente do Sintrave-PE, um dos cinco sindicatos que representam a categoria, em audiência realizada no início de fevereiro, a Sada teria se comprometido a dar retornos sobre a pauta dos motoristas. "Só soubemos pela imprensa. E foram inverdades", afirmou.
Em nota, a Sada afirmou que "não existe nenhuma negociação com os supostos sindicatos dos cegonheiros e ainda ratifica que não há nenhum compromisso formal ou qualquer jurisdição que recomende a empresa a negociar as contratações de profissionais com sindicatos".
Em entrevista à Rádio Jornal, o diretor da empresa, Edson Pereira, afirmou que as reivindicações dos motoristas não serão atendidas, entre outros motivos, para evitar aumento de custos. "Eles se dizem cegonheiros pernambucanos, mas prestam serviço a locadoras. Eles são empresários como a gente. Anteriormente concorriam comigo e agora querem trabalhar para mim", disse.