rodoviários

Aos poucos, ônibus voltam a circular após paralisação de advertência

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 29/08/2014 às 8:27
Leitura:

Pouco antes das 8h, passageiros lotaram o Terminal Integrado Joana Bezerra / Foto: Lorena Barros/JC Trânsito

Pouco antes das 8h, passageiros lotaram o Terminal Integrado Joana Bezerra Foto: Lorena Barros/JC Trânsito

Em mais um dia, a população da Região Metropolitana do Recife sofreu com a falta de ônibus nas paradas. Nesta sexta-feira (29), a situação não foi tão caótica, já que o Sindicato dos Rodoviários confirmou que faria a paralisação de advertência ainda na tarde da quinta-feira. Assim, os trabalhadores se programaram e deram um jeito de chegar ao trabalho, usando mototáxis, táxis e caronas. A paralisação durou das 4h às 8h e não foi registrado tumulto nos terminais e paradas de ônibus. 

Na tentativa de amenizar os transtornos, o Metrô do Recife ampliou o horário de pico até as 9h30 (em dias normais, das 6h às 8h30). De acordo com o Metrorec, a movimentação foi tranquila, pois o número de passageiros diminuiu durante a paralisação dos rodoviários. Entre 55% e 60 % dos usuários do metrô utilizam os terminais integrados, que encontraram-se fechados no início da manhã. 

O movimento nas empresas de táxi foi intenso. Na companhia Servi-Táxi, por exemplo, os agendamentos tiveram um aumento desde a meia-noite, sendo duplicado a partir das 4h30 desta sexta. Às 5h, já havia uma lista de espera com 100 solicitações, o que não é comum para o horário.

@TravassosRapha / Twitter
Terminal do ônibus UR 05/ Barro, sem nenhum movimento. - @TravassosRapha / Twitter
@ninhoolinda / Twitter
Av Ayrton Senna, em Piedade, com trânsito livre e sem ônibus. - @ninhoolinda / Twitter
@jubarodrigs / Twitter
PE-15 com muitos carros e sem ônibus. - @jubarodrigs / Twitter
Lorena Barros / JC Trânsito
Nas imediações do terminal do Córrego da Bica, o mototaxista Thiago aguarda passageiros. - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
Aguardando desde as 5h na Av. Norte, Joel Hilário da Silva, 28 anos, tenta chegar ao trabalho na BR-101, na Guabiraba - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
Givaldo José farias aguarda desde as 4h, na Av. Norte, ônibus para Macaxeira - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
Terminal Integrado Macaxeira amanhece fechado - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
Alexandre dos Santos, 51 anos, espera desde as 4h20 no TI Macaxeira - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
No TI Macaxeira, Roberto Carlos convoca rodoviários para nova mobilização às 14h - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
Samuel Mercedes de Souza, motorista da empresa Pedrosa, afirma que a população apoia o movimento. O problema é com os donos das empresas - Lorena Barros / JC Trânsito
Lorena Barros / JC Trânsito
Concentração de motorista em frente a garagem da Pedrosa. - Lorena Barros / JC Trânsito
@alanjonesfs / Twitter
Sem ônibus, fluxo de veículos é intenso na Avenida Abdias de Carvalho. - @alanjonesfs / Twitter
Lorena Barros / JC Trânsito
Portões amanheceram fechados no Terminal Joana Bezerra - Lorena Barros / JC Trânsito
@Wilton_Pontes  / Twitter
Terminal de Rio Doce, em Olinda, sem ônibus - @Wilton_Pontes / Twitter
Lorena Barros / JC Trânsito
Passageiros aguardam ônibus no TI Joana Bezerra. - Lorena Barros / JC Trânsito

Os mototaxistas também aproveitaram para lucrar. No Terminal Integrado de Xambá, em Olinda, na Grande Recife, muitos deles se oferecem para levar passageiros. Uma corrida para o Centro do Recife, que fica a pouco mais de dez quilômetros de distância, estava custando R$ 20. Muitos carros particulares também fizeram lotação no Terminal da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. O transporte por mototaxistas, vans e carros particulares através de cobrança é proibido.

MOBILIZAÇÃO - Um carro de som convocava a categoria, no Terminal Integrado da Macaxeira, para uma mobilização, ainda nesta sexta, às 14h, na Avenida Conde da Boa Vista, área central do Recife. No entanto, Genildo Pereira, assessor do Sindicato dos Rodoviários, nega a informação e garante que os passageiros terão ônibus para voltar para casa.


MOTIVO - Na última segunda-feira (25), os rodoviários cruzaram os braços também no período das 4h às 8h. Nesse horário, nenhum ônibus saiu das garagens das empresas e as paradas ficaram lotadas. Os terminais integrados só abriram após o fim da paralisação e os usuários tiveram dificuldade para chegar aos seus destinos. Na sexta-feira (22), uma paralisação surpresa provocou protestos e um coletivo incendiado. De acordo com o sindicato dos rodoviários, a categoria vai continuar mobilizada até que o julgamento do mérito do dissídio coletivo dos trabalhadores, previsto para o dia 8 de setembro no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. 

Na última terça-feira (26), o ministro do TST Barros Levenhagem reconsiderou a decisão que suspendeu o reajuste de 10% para motoristas e cobradores, mas manteve o efeito suspensivo quanto às demais cláusulas do despacho anterior, relativo a tíquete-alimentação, diárias, auxílio-funeral e indenização por morte ou invalidez, restringindo o reajuste a 6% até pronunciamento definitivo do TST.

Assim, o aumento de 75% no tíquete-refeição (de R$ 171 para R$ 300 no mês) concedido pelo Tribunal Regional da 6ª Região (TRT-PE) em 30 de julho continua sem valer. Com a reconsideração, ficam mantidos os pisos de R$ 1.765,50 para motoristas, R$ 1.141,69 para fiscais despachantes e R$ 812,13 para os cobradores.

Mais lidas