Greve

Sem aviso, rodoviários realizam paralisação na manhã desta sexta-feira

Angélica Souza
Angélica Souza
Publicado em 22/08/2014 às 7:13
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Na Estação Afogados, passageiros aguardam ônibus desde o início da manhã / Foto: Angélica Souza / JC Trânsito

Na Estação Afogados, passageiros aguardam ônibus desde o início da manhã Foto: Angélica Souza / JC Trânsito

 Após a liminar que suspendeu o aumento salarial de 10%, rodoviários resolveram cruzar os braços, na manhã desta sexta-feira (22), na Região Metropolitana do Recife. De acordo com o Grande Recife, os ônibus BRT que circulam nas faixas exclusivas estão funcionando normalmente. Ainda não há informações sobre o percentual de ônibus comuns que está circulando. 

A decisão pegou os passageiros de surpresa. Paradas lotadas. Terminais Integrados sem ônibus. E foi assim que o dia amanheceu no Recife. 

De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, pelo menos 35% dos ônibus saíram da garagem na manhã desta sexta-feira. Segundo a assessoria do órgão, não há como identificar qual é percentual de ônibus comuns e BRT. Pelo menos três mil ônibus circulam diariamente na RMR.

Na Estação Afogados, na Zona Oeste do Recife, não havia ônibus desde as primeiras horas da manhã. Já na Estação Recife, os ônibus estavam recolhendo sem passageiros. Poliana Carla, 23 anos, tentava chegar ao trabalho, em Santo Amaro, na área central da capital pernambucana, desde as 6h. "Quando eu cheguei tinha ônibus, mas pararam sem avisar", afirmou a operadora de telemarketing que saiu de Jaboatão dos Guararapes e seguiu até o centro de metrô.

A internauta Samantha Rúbya Amorim afirmou que em Prazeres os ônibus que estão circulando são obrigados a parar por outros motoristas. "Linhas complementares da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes estão cobrando R$ 5 para fazer a viagem. O caos está nas ruas!", relatou.

De acordo com Sofia Costa, assessora do Sindicato dos Rodoviários, a categoria não tem previsão para retomar os trabalhos. Sofia, que está na garagem da Empresa Metropolitana desde às 3h da madrugada, os rodoviários só irão retormar após um posicionamento oficial sobre o reajuste. 

Angélica Souza/JC Trânsito
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@Wilton_Pontes / Twitter
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Elvis de Lima/NE10
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@andre01santos/Twitter
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Julio Gomes/Comuniq
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@hugojbpereira / Twitter
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Alexsandra Patricia - Facebook JC Trânsito
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Romuldo Galdino/Cortesia
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O MOTIVO - O aumento foi revogado na tarde dessa quinta-feira (21). O reajuste salarial de 10% havia sido concedido a motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da Região Metropolitana do Recife pelo Pleno do Tribunal Regional da 6ª Região (TRT-PE) em 30 de julho. Ontem, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Barros Levenhagen acatou o pedido liminar do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE) por entender que o reajuste concedido ficou fora dos limites do poder normativo da Justiça do Trabalho.

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Confira abaixo a nota enviada pela Urbana PE, Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco:

No dia 30 de julho, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou aumento de 10% nos salários de motoristas, cobradores e fiscais e 75,4% no ticket, cujo valor foi fixado em R$ 300,00.

A Urbana-PE informa que no dia 20 de agosto o Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedeu efeito suspensivo do dissídio coletivo da categoria de trabalhadores rodoviários da Região Metropolitana do Recife (RMR), arbitrando reajuste linear de 6% nos salários e tickets até julgamento do mérito. A Urbana-PE havia interposto recurso junto ao TST por motivo de absoluta incapacidade financeira  e visando salvaguardar a solvência financeira do sistema.

O Sistema de Transporte de Público de Passageiros da RMR é custeado unicamente pela tarifa, a segunda menor do País e que há mais de 2 anos não é reajustada. Além  disso, entre 2012 e 2013 houve redução de 7,30% no numero de passageiros pagantes. O primeiro semestre de 2014 já registra queda de 4,87% em relação ao mesmo período do ano passado.

As despesas com pessoal representam quase metade dos custos das empresas do setor de transporte de passageiros. O reajuste nos salários e tickets dos rodoviários, conforme estabelecido pelo TRT, acarretaria no aumento de 8% nos custos totais da atividade.

É indiscutível a fragilidade de um serviço essencial operado em um sistema deficitário sob um modelo de financiamento inadequado. Outras fontes de recurso devem ser adotadas para manutenção do serviço, para prover melhorias e garantir uma tarifa socialmente justa aos usuários.

A  Urbana-PE  reafirma o seu compromisso em procurar soluções que mantenham o sistema operacional e declara o seu empenho em buscar, junto ao Governo do Estado e ao Sindicato dos Rodoviários, meios para equacionar a situação.

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