Buracos

Calçadão de Candeias é alvo de reclamação de frequentadores da praia

Lorena Barros
Lorena Barros
Publicado em 20/08/2014 às 13:16 | Atualizado em 12/08/2020 às 20:25
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Buracos impedem o tráfego de pedestres / Foto: Lorena Barros / JC Trânsito

Buracos impedem o tráfego de pedestres Foto: Lorena Barros / JC Trânsito

No Grande Recife é comum ouvir reclamações acerca de buracos e danos encontrados nas vias que cortam os municípios. No bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, entretanto, uma das principais reclamações não é sobre as ruas. O foco de recentes críticas dos moradores do bairro é a condição precária do calçadão da orla. 

Desde a finalização das obras de engorda dos 5,8 km da orla de Jaboatão dos Guararapes, em outubro de 2013, um trecho do calçadão da praia começou a afundar. Após o aparecimento dos primeiros buracos, mais de uma obra de reparação foi realizada, e, ainda assim, o problema retornou.

O trecho mais complicado dos quase três quilômetros da orla de Candeias começa no Polo nº 3, sentido Barra de Jangada, onde o acúmulo de materiais das obras, somado à grande quantidade de buracos e água, atrapalha a movimentação de pedestres. Em alguns pontos, os danos se estendem à pista e complicam a circulação de carros no local.

Lorena Barros / JC Trânsito
Mesmo com a realização de obras de reparo, os buracos sempre retornam ao calçadão. - Lorena Barros / JC Trânsito
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Em aguns pontos da orla, o acúmulo de água diminui o espaço de caminhada dos moradores. - Lorena Barros / JC Trânsito
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A sinalização de alguns pontos afirma que o local ainda está em obras, mesmo sem a presença de nenhuma máquina ou funcionário no local. - Lorena Barros / JC Trânsito
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O estudante Bruno Alencar, 23 anos, afirma que o problema começou após as obras de engorda da faixa de areia da orla. - Lorena Barros / JC Trânsito
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O vendedor de picolé Manuel Barbosa, 58, afirma que as condições do calçadão de Candeias tornam seu trabalho ainda mais difícil. - Lorena Barros / JC Trânsito
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Os problemas não ficam restritos ao calçadão: em alguns pontos da rua o asfalto começa a afundar. - Lorena Barros / JC Trânsito
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Algum dos buracos começam a acumular lixo. - Lorena Barros / JC Trânsito
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Em alguns pontos do calçadão é quase impossível de andar. - Lorena Barros / JC Trânsito

Um engenheiro morador do local que não quis de identificar acredita que a engorda da faixa de areia impediu o escoamento das águas de galerias pluviais e de esgoto para o mar. Esse impedimento deixaria a água acumulada ao redor das galerias, afundando a calçada e até mesmo o asfalto no local. Para ele, o problema é a prova de que o processo de engorda nas praias foi feito às pressas, desconsiderando alguns estudos em pontos importantes.  "As condições do calçadão demonstram que a prefeitura prefere gastar com obras supérfluas que têm prazo curtíssimo de validade ao invés de fazer um investimento real, que resolveria o problema do calçadão de uma vez", acredita o engenheiro.

O estudante de mestrado Bruno Alencar, 23 anos, também é morador do bairro de Candeias e caminha com frequência no calçadão da orla. Ele afirma que os problemas estruturais do calçadão começaram a aparecer após a engorda da faixa de areia da praia, há pouco menos de um ano. Segundo Bruno, mesmo com constantes obras no local, eles sempre voltam.

As condições do calçadão atrapalham também aqueles que trabalham na praia. O vendedor de picolé Manuel Barbosa, 58 anos, afirma que andar com seu carrinho pela área se tornou uma tarefa ainda mais difícil por conta dos obstáculos e buracos, que tornam seu trabalho debaixo do sol ainda mais cansativo. Ele afirma que um dos maiores problemas no local é a falta de fiscalização nas obras, que, mesmo com a sinalização afirmando o contrário, não estão ocorrendo.

Em resposta aos questionamentos sobre as condições do calçadão, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes afirmou que os problemas nas calçadas desse trecho da orla são ocasionados pelo descarte irregular de água despejada por um prédio nas drenagens do município. Segundo a prefeitura, um auto de infração já foi emitido e o caso será encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco. O prédio foi notificado pela Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Saneamento. O prazo para se adequar às exigências é de até 20 dias, após o documento. Caso não seja cumprido, será autuado como crime ambiental.

OBRAS - As obras de engorda das praias de Jaboatão dos Guararapes começaram em maio de 2013 e duraram cerca de cinco meses. Após sua conclusão, três pontos de erosão foram identificados e a obra precisou passar por reparos. O investimento feito foi de R$ 41 milhões, com recursos do Ministério da Integração Nacional e do município de Jaboatão.

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