Na Av. Transamazônica veículos trafegam com dificuldade Foto: Lorena Barros/JC Trânsito
“Olinda está entregue às baratas”. Essa é a constatação de Adriana Pereira, 38 anos, moradora de Jardim Brasil que, todos os dias, sai de casa para o Centro do Recife. Assim como outros moradores de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, ela está insatisfeita com as condições das principais vias da cidade, que, cheias de buracos, aumentam o tempo das viagens, prejudicando motoristas e pedestres.
Um dos principais exemplos da falta de conservação das vias é encontrado nas proximidades do Terminal Integrado de Olinda, na PE-15. As crateras presentes no sentido Recife/Paulista inviabilizam uma das faixas, tornando o trânsito lento nas horas de maior fluxo.
Importantes vias de acesso a faculdades instaladas em Olinda também são alvos de constantes reclamações de estudantes e moradores das redondezas. Dez meses após o recapeamento de um trecho de 205 metros nas proximidades do Aterro Sanitário de Aguazinha, a Avenida Senador Nilo Coelho, popularmente conhecida como II Perimetral ou Avenida do Lixão, parece nunca haver passado por reforma. O desgaste do asfalto - consequência de infiltrações, acúmulo de lixo e tráfego de veículos pesados na via - torna o ato de trafegar na avenida um desafio.
Na Avenida Transamazônica, um dos principais acessos ao bairro de Jardim Brasil, a situação é mais preocupante. Em alguns pontos, o asfalto quase não existe mais e alguns dos buracos, presentes ao longo de toda a via, acumulam água mesmo quando não está chovendo.
Os moradores alegam que alguns trechos da avenida foram asfaltados há cinco anos e, desde então, nunca passaram por manutenção ou limpeza de galerias, o que torna os períodos de chuva ainda mais preocupantes para aqueles que passam no local. A situação teria sido agravada também pelo aumento da circulação de veículos pesados na área, que se tornou rota alternativa para os coletivos durante as obras de recapeamento da Avenida Senador Nilo, em setembro do ano passado.
A situação da Avenida II Perimetral também é bastante complicadaFoto: Lorena Barros/JC Trânsito
Segundo Waldir Rocha de Silva, morador de Olinda que trabalha no Rosarinho, na Zona Norte do Recife, e passa na avenida com frequência, a situação na Transamazônica é sentida em outras vias nas proximidades e já denunciada há muito tempo - para ele, o cenário é reflexo do descaso do poder público com a cidade.
A situação não prejudica apenas os que precisam passar de carro na via. Marli Paraíso, moradora da Transamazônica e proprietária de um comércio no local, afirma que, devido aos buracos, o movimento no bar está cada vez menor. Segundo a comerciante, motociclistas utilizam a calçada de estabelecimento como uma rota alternativa para evitar a via e os carros que passam na frente do bar em dias de chuva jogam água, acumulada nos buracos, nos clientes.
A Secretaria de Serviços Públicos de Olinda afirmou que já está a par da situação da II Perimetral e da Avenida Transamazônica. Segundo o secretário de serviços Públicos, Manoel Sátiro, as obras para recapeamento já estão ocorrendo na Perimetral (apesar de nenhuma ter sido presenciada nas imediações do Aterro de Aguazinha) e passarão pela Avenida Presidente Kennedy para, por fim, chegar na Transamazônica no mês de Agosto. O secretário afirma ainda que a Transamazônica requer um maior serviço, que incluirá, além do reparo dos buracos, a drenagem e troca de parte das galerias. Essa obra deve estar concluída apenas no começo de Setembro.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pela manutenção da PE-15, alegou que já tem conhecimento da situação. Chefe de Comunicação Institucional do DER, Éricka Melo informou que há um cronograma de recuperação para a estrada que deverá começar a ser executado em agosto.