O taser é um dos aparelhos usados por mulheres para se defender dos agressores. Foto: Divulgação.
Os recentes casos de estupro cometidos no Grande Recife já começam a desenvolver, em algumas pessoas, o que os estudiosos do comportamento chamam de ansiedade pré-trauma. Normalmente esse tipo de comportamento aparece quando a pessoa é vítima de uma emoção muito forte. Onde lê-se emoção também entenda-se violência e nela o estupro. Medo exacerbado e reclusão são alguns dos sintomas.
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O psiquiatra Samuel Abath em entre seus clientes, uma universitária que passou a apresentar tais sintomas após os estupros cometidos no Grande Recife. A diferença é que ele nunca foi vítima de tal violência nem tem entre suas relações pessoas que passaram por tal agressão.
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"Ela não está conseguindo sair de casa. Mas nunca foi estuprada nem conhece ninguém que tenha sido. É só pelo que ouviu falar. Antigamente se falava só em ansiedade pós-trauma. Agora falamos em pré. Ela ouviu falar tanto nisso que não consegue mais sair, nem ir para a faculdade", pontuou.
Ele aponta outras atitudes como derivadas dessa ansiedade, como mulheres procurando meios de se defender de possíveis agressores, como spray de pimenta e taser - arma de eletrochoque. "Outras estão se matriculando em aulas de defesa pessoal", diz.