Tradição de acender a fogueira de São João deve respeitar dicas de segurança e orientações da CPRH Foto: Fernando da Hora/JC Imagem
Entre as principais recomendações está não montar uma fogueira próximo a locais com fiações, como linhas de transmissão elétrica ou de iluminação pública. O calor das chamas pode fazer fios elétricos partirem e causar situações de risco de eletrocussão, por exemplo.
Outra orientação é de que as pessoas respeitam uma altura máxima para a estrutura de madeira. "O ideal seria de que a fogueira não passasse de 1,5 metro. As vezes, vizinhos disputam quem faz a maior fogueira e isso pode acabar gerando um acidente, como o desmoronamento das estacas. Quanto mais alta a fogueira, pior o acidente", pontuou o major Aldo Silva, assessor de comunicação social do Corpo de Bombeiros do Estado.
Bombeiros orientam que no final da festa a fogueira seja apagada com água e os restos de cinzas e brasas recolhidos para evitar acidente com crianças no dia seguinteAlém das questões envolvendo a montagem da fogueira, o momento de acender também pode ser altamente perigoso. "As pessoas tendem a usar líquidos inflamáveis (gasolina, álcool, querosene, óleo diesel) que podem causar acidentes graves e queimaduras. Em geral, nessa época do ano, a madeira está um pouco úmida por causa das chuvas e as pessoas acabam sem saber se o que está molhado na madeira é água da chuva ou um líquido inflamável que ela tenha usado para acender a fogueira", comentou o major Aldo Silva.
O correto, segundo as orientações do Corpo de Bombeiros é usar chumaços - do tamanho de duas mãos fechadas juntas - de papel ou estopa embebidos em óleo de cozinha. Esse material precisa ser depositado entre as madeiras do topo da fogueira, onde o fogo deve começar a queimar a madeira. A orientação é não colocar na parte inferior da estrutura porque as chamas tornam as madeiras mais frágeis e o peso do topo pode causar o desmoronamento da fogueira.
Vendedores dizem que as vendas estão fracas, mas esperam que na véspera de São João procura aumenteFoto: Fernando da Hora/JC Imagem
FISCALIZAÇÃO - Apesar da tradição de queimar a madeira, alguns cuidados devem ser tomados com relação à procedência do material usado na montagem da fogueira. Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) vem mantendo ações de fiscalização regulares para evitar que sejam comercializados troncos provenientes de árvores nativas e protegidas por lei. em todo o ano, que sofrem um aumento natural no período junino.
Nos últimos 12 meses, por exemplo, 87 pessoas foram autuadas pelo comércio de madeira ilegal em Pernambuco. O material apreendido daria para formar uma fila em linha reta de 150 quilômetros de estacas. Não são consideradas madeiras ilegais aquelas que não são de árvores nativas ou provenientes de podas realizadas pelas prefeituras e pela Celpe.
Segundo a CPRH, é crime comercializar - vender ou comprar - madeiras sem a certificação que comprove a origem legal. A multa é de R$ 300 por metro-cúbico comercializado e o infrator corre o risco de pegar até um ano de reclusão.
TRADIÇÃO - As fogueiras fazem parte da tradição pagã como forma de comemorar o solstício de verão. As fogueiras também seriam uma forma das primas Maria e Isabel se comunicarem. Segundo a lenda, Isabel avisou Maria sobre o nascimento de São João Batista, no dia 24 de junho, acendendo uma fogueira no topo de uma montanha. Ao avistar o fogo, a mãe de Jesus daria apoio à prima Isabel após o parto.
SAÚDE DOS OLHOS - A fumaça das fogueiras requer atenção para a saúde. Além de problemas relacionados à alergia, a população ainda pode sofrer com irritação nos olhos. A incidência de problemas na visão aumenta em cerca de 30% nesta época juninas. As queimaduras oculares, por exemplo, chegam a aumentar 10%, variando desde queimaduras e traumatismos, até danos permanentes à visão. A córnea e a pálpebra são os locais mais acometidos.