Insatisfação

Policiais e bombeiros militares decidem se entram em greve em PE

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 27/04/2016 às 15:29
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Principal reivindicação da categoria é quando ao reajuste salarial de 16,5%, com base na inflação de 2014 e 2015 / Foto: Priscila Miranda/NE10

Principal reivindicação da categoria é quando ao reajuste salarial de 16,5%, com base na inflação de 2014 e 2015 Foto: Priscila Miranda/NE10

O rumo dos próximos dias da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e dos Bombeiros Militares será decidido nesta quarta-feira (27) após reunião da categoria com representantes do Governo do Estado. Deputados estaduais também devem estar presentes durante o encontro que acontece no Palácio do Campo das Princesas, área central do Recife.

Antes de seguirem em caminhada até a sede do Governo do Estado, a categoria esteve concentrada em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Rua da Aurora, bairro de Santo Amaro, no Recife. No local, os manifestantes discutiram a possibilidade de greve, a depender do resultado da rodada de negociação.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Alberison Carlos, disse, pouco antes da reunião começar, que a categoria quer 15% de reajuste salarial e 18,53% de reposição inflacionária referente ao período de 2014 e 2015. "O movimento está dentro da legalidade. Independente da contraproposta do governo, quem vai decidir somos nós", ressaltou Alberison. O pleito, no entanto, não será atendido pelo Estado que argumenta a crise financeira nos cofres públicos.

Policiais e Bombeiros Militares ameaçam greve geral

Policiais e Bombeiros Militares ameaçam greve geralFoto: Priscila Miranda/NE10

Diante do forte indicativo de paralisação da categoria, Governo do Estado já estuda medidas judiciais para barrar a greve. Adotando a mesma estratégia em relação à Polícia Civil, em fevereiro deste ano, será solicitada à Justiça que a greve da PM seja considerada ilegal e que os militares sejam obrigados a voltar às ruas, sob pena de multa diária.

Para barrar a insatisfação dos militares, o Governo do Estado deve oferecer alguns benefícios à categoria. Outra estratégia adotada em caso de greve é ter o apoio da Força Nacional. Em nota, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), demonostrou preocupação frente à possível greve da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. Confira:

O Ministério Público do Estado de Pernambuco, no exercício da função institucional do controle externo da atividade policial, vem externar sua preocupação em face das notícias veiculadas pela imprensa local, alusivas à possibilidade de deflagração de greve pelos integrantes da Polícia Militar de Pernambuco e do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco. O MPPE espera que os atores envolvidos nas negociações possam chegar a um consenso, tendo em vista que eventual movimento paredista implicará considerável prejuízo à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, com um agravamento da criminalidade no seio da sociedade pernambucana.

É mister destacar, ademais, a vedação estabelecida na Constituição Federal, nos termos dos artigos 42, § 1º e 142, § 3º, IV, no que pertine à deflagração de greve por policiais militares, ao mesmo tempo em que se reconhece a necessidade de melhorias nas condições de trabalho dos policiais militares, de sorte que o MPPE manifesta-se no sentido de que seja estabelecido um efetivo diálogo entre o Estado de Pernambuco e as associações dos militares, com vistas à manutenção do serviço essencial de segurança pública, que é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, nos termos do art. 144 da Constituição Federal.

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