Insegurança

Número de assaltos cresce no Grande Recife e assusta população

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 09/03/2016 às 7:33 | Atualizado em 13/08/2020 às 16:33
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Assaltos estão cada vez mais comuns na Região Metropolitana do Recife / Foto: reprodução

Assaltos estão cada vez mais comuns na Região Metropolitana do Recife Foto: reprodução

Se você está se sentindo mais inseguro nas ruas da Região Metropolitana do Recife não é apenas impressão. Situações como assalto a ônibus e roubos em geral, inclusive de veículos, estão cada vez mais comuns. Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco apontam que esse tipo de crime aumentou consideravelmente no último dois anos.

Comparando janeiro de 2014 com o mesmo mês deste ano, houve um aumento de 129% nos casos de assalto a ônibus. Já com relação aos crimes violentos contra o patrimônio (CVP), que englobam todo tipo de roubo (transeunte, bancos, residências, etc) e extorsão mediante sequestro, o crescimento neste mesmo período foi de 73%. Outro crime que tem assustado a população é o de roubo de veículos, que sofreu um aumento de 54%. Esses dados da SDS correspondem apenas ao Grande Recife, sem incluir zonas da Mata, Agreste ou Sertão do Estado.

Um das vítimas da crescente violência na Região Metropolitana do Recife foi a recepcionista Maria Eduarda Vasquez, 20 anos. Ela contou que há três meses saía de casa com o marido, por volta das 7h30, para ir trabalhar quando foi abordada por dois homens numa bicicleta. Na ocasião, os bandidos chegaram a assediá-la, beijando seu pescoço e dizendo que voltariam atrás dela. “Eles mandaram a gente virar de costas, levaram a moto do meu marido e disseram que se a gente virasse eles atirariam. Sinto medo e nojo. Hoje não ando mais sozinha no bairro onde moro”, relembrou ela, que reside há um ano em Pau Amarelo, em Paulista, e nunca havia sido assaltada.    

Por causa desta situação, algumas pessoas podem relacionar o aumento com a crise financeira que o País atravessa - e que tem reduzido as vagas de emprego, por exemplo. Mas de acordo com o sociólogo e cientista político José Arlindo Soares, ligar uma coisa a outra pode não ser o mais correto. “As pessoas quando se desempregam não significa que vão partir para a criminalidade. A fila nas agências de trabalho mostra que as pessoas estão procurando emprego. Eu não atribuo às duas situações uma ligação direta”, comentou.

No entanto, ele completou: “Em tese, no momento de crise há um aumento de violência, embora não seja apenas a questão da economia que determine a violência. Falta aos governos, principalmente durante a crise, fazer uma governança do cotidiano, evitar custos supérfluos e concentrar no que é imprescindível como saúde e segurança.”

Além dos roubos "comuns" que assombram a população, esta semana o blog Ronda JC divulgou a lista dos dez municípios (com mais 100 mil habitantes) pernambucanos com maior taxa de homicídios. Baseados num levantamento divulgado pela SDS, os números mostram que 2015 foi o período do pior resultado da história do Pacto pela Vida:

1 – Cabo de Santo Agostinho – 80,66
2 – Igarassu – 62,64
3 – Caruaru – 58,23
4 – Jaboatão dos Guararapes – 45,86
5 – Vitória de Santo Antão – 45,85
6 – Petrolina – 39,38
7 – São Lourenço da Mata – 38,27
8 – Olinda – 37,96
9 – Recife – 35,83
10 – Paulista – 35,46

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