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Cliente denuncia agressão de taxista do Easy Taxi e questiona segurança

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 06/07/2015 às 20:25
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Aplicativos que oferecem praticidade na hora de encontrar o táxi caíram no gosto do público / Foto: Marília Banholzer/NE10

Aplicativos que oferecem praticidade na hora de encontrar o táxi caíram no gosto do público Foto: Marília Banholzer/NE10

Populares, aplicativos que oferecem serviços de táxi, como Easy Taxi, 99Taxi e Taxi Já, entraram na rotina de grande parte dos recifenses, principalmente por oferecerem mais agilidade do que as tradicionais rádio táxi, sem falar nos códigos promocionais que barateiam as corridas. No entanto, situações como a que envolveu a jovem Andreza Mantezuma, na madrugada desse domingo (5), no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, revelam uma possível falha na segurança para quem usa esses aplicativos.

No caso de Andreza, a jovem contou, através de um desabafo no Facebook, que foi empurrada, ameaçada e agredida verbalmente por um taxista acionado através do app Easy Taxi. As agressões teriam acontecido depois que a cliente informou que a viagem a ser feita era curta. O taxista informou que não ligaria o taxímetro e que cobraria uma taxa pelo deslocamento. Como Andreza se negou a pagar a taxa, que é uma prática irregular, e resolveu descer do veículo, o motorista a seguiu e iniciou o bate-boca.

Ao NE10, Andreza disse que o episódio da agressão aconteceu por volta das 3h da madrugada e que pediu o taxista para percorrer a distância entre a casa de uma amiga (onde estava) e a sua porque tinha medo de andar sozinha naquele horário.

A jovem disse ainda que na tarde desta segunda-feira (7) protocolou uma queixa no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra o taxista que a agrediu e cita a empresa Easy Taxi. A queixa foi feita na Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, no Recife.

Ela afirmou que acionou a Polícia Militar no local, que registrou a ocorrência mas alegou não poder enviar uma viatura, pois o agressor não se encontrava mais lá.

Andreza relata ainda que, depois da repercussão que o caso tomou nas redes sociais, recebeu contato da Easy Taxi, que pediu mais detalhes sobre a agressão. Ainda segundo a jovem, a empresa informou que o taxista envolvido no caso ameaçou processá-la por uso indevido de imagem, pois a jovem deu um "print" na tela do celular, em que aparecia uma foto do rosto do taxista e alguns dados pessoais.

O caso foi publicado na página oficial do aplicativo Easy Taxi que respondeu afirmando que o motorista havia sido “permanentemente bloqueado” e que “esse é um comportamento inaceitável para um profissional que se cadastra em nossa base”. Na publicação da jovem nas redes sociais, há a foto e telefone que seriam do taxista envolvido. O NE10 entrou em contato com o homem que preferiu não comentar o assunto e disse apenas que está “vendo o que vai fazer”.



De acordo com a Easy Taxi e a 99Taxi, todos os taxistas cadastrados precisam entregar documentos referentes ao carro que dirige, dados pessoais e sua licença regularizada com a prefeitura. “Cada cidade tem o seu processo de licenciamento de taxistas, que nós respeitamos e confiamos”, pontuou a Easy Taxi. Já em seu site, a 99Taxi traz a seguinte informação: "Todos os taxistas cadastrados são cuidadosamente selecionados mediante uma série de documentos entregues e os passageiros são validados através do número de telefone."

Sobre o acompanhamento desses profissionais, a Easy Taxi alegou que por se tratar de um market place que conecta passageiros e taxistas, não possui vínculo empregatício com os motoristas. Porém, um manual de conduta deve ser seguido e, ao ser desrespeitado, punições são geradas tanto para taxistas quanto para os próprios passageiros. O taxista citado pela internauta foi bloqueado. 

Easy Taxi se posicionou e disse que caso de agressão está sendo investigado

Easy Taxi se posicionou e disse que caso de agressão está sendo investigadoFoto: Marília Banholzer/NE10

A empresa envolvida no caso com Andreza Mantezuma alega ainda que possui diversos canais oficiais para reclamação e denúncias. “Por meio deles, atendemos aos chamados tanto de passageiros como de taxistas. Apuramos as reclamações e ocorrências, oferecemos suporte quando necessário e buscamos soluções céleres. Estamos à disposição 24 horas por dia, 7 dias por semana em todos os nossos canais: telefone 4003 2498 ou o email [email protected]”, explicou a empresa através de sua assessoria de imprensa. Atualmente, a Easy Taxi conta com mais de 100 mil taxistas no Brasil. No Recife, a empresa afirma que mais de 60% da frota, estimada em 6.125 táxis, já está cadastrada no app.

Vale ressaltar que, de acordo com a regras de proteção ao consumidor, o taxista não deve rejeitar corridas dentro da Região Metropolitana do Recife. Além disso, caso ocorra algum problema, o passageiro deve anotar o número do Termo de Permissão (TP) do taxista e o município de origem do veículo, que deverá estar visível aos usuários, e o denuncie à companhia de trânsito da cidade onde aquele táxi é cadastrado. E mais: os táxis comuns deverão cobrar o valor da corrida por meio do taxímetro e da tabela de conversão que está em vigor.

IRREGULARIDADES - Andreza alega que o caso envolve uma série de irregularidades. Uma delas seria a diferença dos modelos de veículos apresentados pelo serviço do Easy Taxi.

Depois de o pedido ter sido feito, o App informou que o táxi que buscaria a jovem no local onde ela estava seria um Meriva. Mas, segundo ela, o carro dirigido pelo taxista que a agrediu foi um Voyage.

A jovem diz ter recebido contato do dono do carro que era dirigido pelo taxista na madrugada de domingo. O homem, que se identificou como Lucas, confirmou que o carro na verdade era dele, mas que possui uma empresa de locação de táxi e, por esse motivo, o veículo estava com o outro taxista.

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