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Após acordo, Procon-PE libera venda de dólares pelo Banco do Brasil em Pernambuco

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 01/07/2015 às 17:23
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Decisão pela suspensão foi divulgada no fim da tarde desta quarta-feira. O secretário executivo de Direito do Consumidor em Pernambuco apresentou os resultados da audiência entre o BB e o Procon-PE / Foto: NE10

Decisão pela suspensão foi divulgada no fim da tarde desta quarta-feira. O secretário executivo de Direito do Consumidor em Pernambuco apresentou os resultados da audiência entre o BB e o Procon-PE Foto: NE10

O Procon de Pernambuco decidiu suspender, em caráter liminar, a proibição de venda de dólares norte-americanos, aplicada ao Banco do Brasil em todo o Estado nessa terça-feira (30). A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (1º), após reunião entre representantes da instituição financeira e do governo estadual. A proibição da venda da moeda duraria 30 dias e foi aplicada após seis casos de venda de dólares falsos serem identficados em uma agência localizada no Recife. Caso descumprisse a ordem, a instituição teria que pagar multa diária de R$ 500 mil. A instituição está liberada para realizar operações de câmbio a partir desta quinta-feira (2).

A proibição foi suspensa após o banco apresentar documentos que comprovam que está empenhando esforços para solucionar o caso como, por exemplo, prestar assistência jurídica e material aos clientes que adquiriram a moeda falsa na agência do Recife.

A informação foi confirmada pela estudante Amanda Silva, que tentou depositar as notas em uma agência bancária nos EUA. As notas falsificadas foram compradas por uma tia de Amanda e levadas aos país pelo seu pai, que está impossibilitado de deixar os EUA até que o caso esteja esclarecido. 

Na audiência desta quarta, o banco ainda se comprometeu em proceder com o reembolso aos clientes que porventura compraram dólares falsos na agência, notificar os clientes que possivelmente tenham comprado os dólares e divulgar à imprensa as medidas adotadas no caso. 



Em coletiva realizada na noite desta quarta, o secretário executivo de Direitos do Consumidor em Pernambuco, Eduardo Figueiredo, ressaltou que a decisão está valendo em caráter liminar, mas que o processo em relação ao caso continua.

No dia 14 de julho acontecerá uma nova audiência entre representantes do Banco do Brasil e do Procon-PE, para que a instituição preste esclarecimentos e apresente defesa.

Questionado se o banco já havia passado alguma informação sobre como as notas falsas chegaram a ser comercializadas, Eduardo Figueiredo disse que esses esclarecimentos ainda não foram apresentados, o que deve acontecer apenas no dia 14.

OUTRAS MEDIDAS - O Governo do Estado também informou ontem que iria garantir auxílio jurídico à estudante pernambucana Amanda Silva, que passou por constrangimento e risco de ser presa após tentar depositar US$ 2.820 no Bank of America, nos Estados Unidos (EUA).

Os dólares em espécie, comprados pela tia de Amanda no BB do Recife, foram levados pelo pai dela, que decidiu passar 11 dias com a filha em Huston, no Texas, onde ela mora. O pai da jovem pernambucana também está proibido de sair do território norte-americano até que a situação dos dólares falsos seja resolvida.

Antes de anunciar as medidas contra o Banco do Brasil, representantes do Governo do Estado estiveram na casa da pernambucana Amanda Silva, no Recife, onde foram recebidos pelos familiares dela. Lá, entraram em contato com a jovem e seu pai para explicar o apoio das autoridades locais para sanar o problema. 

INVESTIGAÇÃO - A Polícia Federal (PF) em Pernambuco informou que está de posse de US$ 4.300 falsos, que foram entregues por um dos clientes lesados pela venda de moeda no Banco do Brasil do Recife. Além deste cliente, um pecuarista da cidade de Bonito, e da estudnate pernambucana nos EUA, foi identificado que outras quatro pessoas compraram notas falsas de dólar na agência da Avenida Beira Rio. A informação foi confirmada pela superintendência do BB que ainda informou outros 13 casos semelhantes em investigação.

De acordo com a PF, o dinheiro passará por perícias técnicas para averiguar se todas as notas são falsas. Os envolvidos no caso, inclusive a institução financeira deverão ser ouvidas na investigação federal. O trabalho deve ser concluído em até 30 dias, podendo ter o prazo ampliado. A polícia alerta que todos os clientes que se sentitrem lesados podem apresentar denúncia contra o BB, porém devem apresentar o dinheiro falso, que será apreendido. No entanto, o próprio BB informou que tem entrado em contato com os clientes para substituir as notas falsas por verdadeiras.

ENTENDA O CASO - Na última quarta-feira (24), a estudante pernambucana Amanda Silva foi surpreendida ao descobrir que as notas de dólares que ela comprou no Banco do Brasil da Av. Rio Branco eram falsas. Amanda tentou depositar o dinheiro nos Estados Unidos, onde mora atualmente, e foi informada pela agência norte-americana Bank of America de que o dinheiro era falso. A estudante passou por situação constrangedora, já que até a polícia foi chamada.

Os dólares em espécie foram comprados pela tia de Amanda no BB e levados pelo pai dela, que decidiu passar 11 dias com a filha, que mora em Houston, no Texas. No caixa do banco norte-americano, a atendente colocou as notas na máquina de contagem e averiguação e, após conferir por duas vezes, informou que todas eram falsas. “Não acreditei, disse que tinham sido compradas em uma agência, que era impossível”, contou, em entrevista ao NE10.

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