Paralisação

Policiais civis de Pernambuco realizam assembleia nesta quinta; greve não está descartada

Julliana de Melo
Julliana de Melo
Publicado em 10/06/2015 às 20:14
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Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, divulgou vídeo nas redes sociais para informar sobre a assembleia e volta das atividades no IML / Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, divulgou vídeo nas redes sociais para informar sobre a assembleia e volta das atividades no IML Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Com as atividades paralisadas por 48h desde o início desta quarta-feira (10), os policiais civis de Pernambuco realizam uma assembleia da categoria nesta quinta-feira (11) para definir os rumos do movimento por reivindicações. A reunião acontece a partir das 18h, em frente à sede do Sinpol, no bairro de Santo Amaro, área Central do Recife.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, disse esperar que entre 1,5 mil e 2 mil pessoas participem do ato. Na reunião serão definidos os rumos que o movimento deve tomar. Áureo salienta ainda sobre a possibilidade de uma greve geral da categoria no Estado. "O movimento começou agora", disse o presidente do Sinpol.

Ainda nesta quarta, o Sinpol divulgou um vídeo nas redes sociais informando aos policiais sobre a abertura de uma exceção da paralisação: as unidades do Instituto de Medicina Legal (IML) não seriam afetadas pelo movimento, tanto no Recife, como em Caruaru, no Agreste.

De acordo com Cisneiros, a exceção foi aberta por causa da questão humana e do sofrimento dos familiares que precisam do atendimento do IML. "Nosso objetivo não é causar transtornos e nem prejudicar a população", pontuou.

Sobre a determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que nesta quarta-feira determinou a volta imediata dos policiais aos postos de trabalho, Áureo Cisneiros disse que o sindicato ainda não foi notificado, mas que a paralisação está mantida.

REIVINDICAÇÕES - A principal reivindicação dos policiais é a equiparação do risco de vida de 225%  para toda a categoria. Atualmente esse percentual é oferecido apenas para os delegados de Polícia Civil.

De acordo com o Sinpol, as reuniões realizadas com os representantes do Governo do Estado apresentaram "pouquíssimas progressões" com relação à pauta de reivindicações da categoria. Ainda sobre isso, o sindicato alega que a proposta apresentada pela secretaria de Administração contempla apenas uma pequena parcela dos profissionais. O pedido do sindicato é que seja contemplada toda a categoria.

Além equiparação da porcentagem no risco de vida, a categoria pede reajuste com base na inflação de 2015, a colocação dos peritos papiloscopistas nos quadros da Polícia Civil e realização de mais concursos para a contração de mais profissionais.

Esta é a segunda vez em menos de um mês que os policiais civis de Pernambuco paralisam as atividades como forma de protesto.

No dia 19 de maio, a categoria já havia cruzado os braços para reivindicar as pautas apresentadas na reunião com o governo, realizada nessa segunda-feira (8).

DETERMINAÇÃO DO TJPE - Nesta quarta-feira, o TJPE atendeu ao pedido do Governo do Estado de Pernambuco e determinou a  volta imediata dos policiais civis aos postos de trabalho.

Na decisão, de caráter liminar, o desembargador José Fernandes de Lemos estabeleceu a multa de R$30 mil por dia de atraso na volta ao trabalho, limitada a R$ 1 milhão. O valor estabelecido foi cinco vezes menor do que os R$ 150 mil pedidos pelo governo. A ilegalidade, também pedida pelo governo, só será analisada se o mérito da ação for julgado.

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