Júri popular

Julgamento de acusados de matar jovem por homofobia é adiado

Inês Calado
Inês Calado
Publicado em 07/05/2015 às 10:23
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Mãe do jovem morto, Eleonora Pereira, espera pela condenação dos responsáveis pelo crime / Foto: Sec. Executiva de Direitos Humanos/Divulgação

Mãe do jovem morto, Eleonora Pereira, espera pela condenação dos responsáveis pelo crime Foto: Sec. Executiva de Direitos Humanos/Divulgação

O julgamento dos acusados de matar José Ricardo Pereira, de 24 anos, em 2010, que seria nesta quinta-feira (7) no Fórum Thomaz de Aquino, foi adiado. O motivo foi o não comparecimento do defensor público, que está com dengue. O júri popular foi remarcado para o dia 17 de junho.

Segundo inquérito policial, José Ricardo foi encontrado em Tejipió, Zona Oeste do Recife, após ser espancado. Ele teria sido levado para o Hospital da Restauração (HR), onde foi encontrado pela família dois dias após ter desaparecido de casa, em Jardim São Paulo. 

Além de motivações homofóbicas, há a suspeita de que o crime tenha sido uma retaliação às ações da mãe do rapaz, Eleonora Pereira, por sua atuação na área de Direitos Humanos. Em coletiva de imprensa realizada nessa quarta-feira (6), a mãe da vítima, que é protegida pelo Programa de Defensores de Direitos Humanos, disse que já sofreu ameaças.

Para o advogado de defesa, Luís Emmanuel Barbosa, o adiamento do júri aumenta a angústia da mãe. "Foi por questões de saúde então vamos aguardar o julgamento. O que fica é a angústia de Eleonora, que vai passar mais um mês na expectativa para que os responsáveis sejam condenados. A expectativa é boa, temos provas consistentes. Esperamos que o Judiciário tenha percepção e maturidade para julgar este crime", afirmou.

Os réus são Augusto César e Windsor Melo, que devem ser julgados por homicídio duplamente qualificado, motivo fútil e que não permitiu defesa da vítima. Caso sejam condenados, poderão pegar penas que variam de 12 a 30 anos de prisão. Segundo a Secretaria Executiva de Direitos Humanos, Este é o primeiro crime reconhecido pela polícia como homicídio praticado por homofobia em Pernambuco.

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