Violência

Moradores de Ouro Preto, em Olinda, fazem mobilização para reclamar de assaltos

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 01/05/2015 às 9:00
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Moradores colaram cartazes nas ruas alertando sobre os riscos de assalto no bairro / Foto: Reprodução/Facebook

Moradores colaram cartazes nas ruas alertando sobre os riscos de assalto no bairro Foto: Reprodução/Facebook

Um grupo de moradores de Ouro Preto, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), começou a realizar nesta quinta-feira (29) uma mobilização para protestar contra a violência: cartazes foram colados nas ruas do bairro avisando aos transeuntes sobre o risco de assaltos. Relatos dos moradores mostram que roubos e tentativas de roubos nas ruas de Ouro Preto são diários.

"Cuidado! Zona de assalto", avisa os cartazes espalhados nas localidades consideradas mais "críticas" na vizinhança. Apesar de terem sido espalhados pela comunidade apenas nesta quinta, a mobilização dos moradores começou já há alguns dias nas redes sociais.

Tudo começou quando uma moradora, assutada com a criminalidade em seu bairro, criou no Facebbok um grupo entitulado "Fui assaltado em Ouro Preto". A ideia inicial era de que as pessoas que fazem parte do grupo relatassem suas experiências e históricos de violência urbana nas ruas do bairro.

Em pouco tempo o grupo foi ganhando mais força e, até a noite desta quinta, já contava com mais de 1.500 membros. O jovem Thiago Miranda é um dos administradores do grupo e disse que a ideia original era demonstrar a insatisfação dos moradores do bairro em relação a crescente onda de assaltos.

Thiago reclama que no bairro há apenas um Núcleo de Segurança Comunitária, que conta com alguns policiais e que praticamente já não funciona. "Sempre que acontece algum assalto, os moradores procuram o Núcleo, mas os policiais de lá mandam que eles se dirijam à delegacia do bairro de Casa Caiada", reclama Thiago. Ainda de acordo com o jovem, quando as solicitações são feitas por telefone, a equipe do Núcleo informa que o atendimento não pode ser feito porque as viaturas policiais estão paradas e sem gasolina.

O NE10 tentou entrar em contato com o Núcleo de Segurança Comunitária de Olinda, mas não conseguiu falar com os policiais nos número de telefones que são oferecidos.

Já a Secretaria de Segurança Urbana de Olinda informou que a responsabilidade pelo tipo de policiamento ao qual os moradores reclamam é do Estado, através da Polícia Militar e por meio do 1º Batalhão de Polícia Militar de Olinda.

Em entrevista ao NE10, o Tenente Coronel Fernando Corrêa, do comando do 1° BPM de Olinda, informou que está empenhando todos os seus esforços no combate à violência especificamente em Ouro Preto. O comandante disse que no último sábado (25) transferiu para as ruas do bairro uma de suas compahias que atua diariamente na entrada de Ouro Preto: "Conversei com moradores e com lideranças comunitárias do bairro. Eles me informaram que aquela área (Próxima à Faculdade de Ciências Humanas de Olinda [FACHO]) é uma das áreas mais críticas com relação a assaltos, pois há um fluxo muito grande de pessoas que chegam da faculdade e do trabalho durante a noite", disse o coronel.

Além disso, o comandante Fernando informou também que Ouro Preto conta com equipes da Patrulha do Bairro e do Grupo Tático Anti-homicídio atuando em Ouro Preto e na comunidade de Cidade Tabajara, vizinha ao bairro.

MAIS MOBILIZAÇÕES NA WEB - A insatisfação dos moradores nas redes sociais já rendeu inclusive outros tipos de mobilização. Alguns membros do grupo do Facebook já se mobilizam para levar às ruas a insatisfação que é demonstrada na internet: um evendo entitulado "#VemPraRuaOuroPreto" convoca os moradores para uma passeata pelas ruas do bairro, no dia 9 de maio.

O evento conta com menos de 100 pessoas confirmadas. Mas os organizadores esperam que esse número aumente até lá.

Apesar do nome, o evento não tem nenhuma ligação com o movimento "Vem Pra Rua", que recentemente organizou atos contra a presidente Dilma Rousseff em todo o País.

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