Julgamento do Caso Serrambi pode ser anulado

Após quatro anos, o julgamento que inocentou os principais acusados do Caso Serrambi, como ficou conhecido o assassinato das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão no Litoral Sul de Pernambuco, pode ser anulado. Na próxima terça-feira (9), às 14h, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) deverá decidir se acatará ou não o pedido de anulação feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

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Os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira foram inocentados do crime em júri popular realizado no município de Ipojuca, no Grande Recife, em setembro de 2010, sete anos após as mortes das adolescentes, que ocorreu em 2003. Ou seja, se o julgamento for anulado, um dos crimes mais polêmicos e que chocou a sociedade pernambucana ficará sem reposta após 12 anos.

O pedido de anulação do julgamento dos kombeiros foi realizado, poucos dias após a sentença, pelos promotores que acompanharam o caso na época, Ricardo Lapenda e Salomão Abdo Aziz, que não aceitaram o resultado e recorreram da decisão. Só agora o pedido está em fase de decisão na 1ª Câmara Criminal do TJPE.

O Portal NE10 tentou entrar em contato com Ricardo Lapenda e Salomão Abdo Aziz através da assessoria de imprensa do Ministério Público. Porém, os dois preferiram não falar sobre o assunto porque já estão afastados do caso por terem assumido novas funções. Ricardo Lapenda é atualmente procurador de Justiça do Estado e Salomão Abdo Aziz assumiu a presidência da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMMPE).

Caso o julgamento seja realmente anulado, provavelmente o processo será encaminhado para um dos dois atuais promotores de Ipojuca, Paula Catherine Azis Ismail e Reinaldo Jorge da Silva.

TJPE - Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, a apelação do MPPE requerendo a anulação do julgamento está na pauta da sessão da próxima terça, mas sua análise poderá ser adiada, dependendo das demandas do dia. A 1ª Câmara Criminal do Tribunal é formada pelos desembargadores Roberto Lins, Fausto Campos e Odilon de Oliveira Neto.

Corpos foram encontrados em um canavial em CamelaFoto: arquivo

RELEMBRE O CASO - As adolescentes Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado desapareceram no dia 3 de maio de 2003, e os corpos foram encontrados dez dias depois pelo pai de Tarsila, José Vieira, em um canavial em Camela, distrito de Ipojuca. Após sete anos de espera, vários personagens, boatos e três inquéritos devolvidos, os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira foram absolvidos das acusações de tentativa de estupro e homicídio duplamente qualificado. O julgamento durou cinco dias e ocorreu em setembro de 2010, no Tribunal do Júri de Ipojuca.