Após tumulto

Secretário classifica operação padrão de agentes penitenciários como 'intransigência'

Amanda Miranda
Amanda Miranda
Publicado em 31/01/2015 às 13:48
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Secretário culpou disputa interna no sindicato pela operação padrão / Foto: Hesíodo Goes/JC Imagem

Secretário culpou disputa interna no sindicato pela operação padrão Foto: Hesíodo Goes/JC Imagem

Apontada como causa da confusão que deixou um detento morto na manhã deste sábado (31), no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife, a operação padrão dos agentes penitenciários foi classificada pelo secretário executivo de Ressocialização, Éden Vespasiano, como "intransigência".

Reclamando das condições de trabalho da categoria, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE) iniciou, neste sábado, uma operação em que as leis seriam seguidas à risca. Dessa forma, atrasaram a entrada das mulheres dos presos, prevista para as 7h, já que um decreto diz que o procedimento deve começar às 8h30.

O tumulto no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, uma das três unidades que compõem o complexo, começou por volta das 7h30. Demorando para entrar na unidade, as mulheres protestaram e subiram nas grades. Ouvindo a gritaria, os detentos jogaram pedras para fora e iniciaram a confusão. A Polícia Militar fez disparos contra os reeducandos para conter o motim, mas o secretário não esclareceu se eram balas de borracha.

"Estamos num momento de crise, que nos força a agilizar a entrada", defende o secretário, que culpou o processo eleitoral interno do sindicato pela realização da operação padrão.

Para ele, responsável pelas unidades prisionais do Estado, como Pernambuco passa por um momento de crise na área, todos os esforços devem ser concentrados no controle dela. "Estamos num momento em que o governo já colocou o propósito de enfrentar as dificuldades. Estamos trabalhando nesse contexto", afirmou.

Hesíodo Goes/JC Imagem
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OUTRO LADO - Uma das reivindicações dos agentes penitenciários é sobre a contratação de mais profissionais. Em Pernambuco há, atualmente, 1,3 mil agentes divididos em plantões. Levando em consideração a recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, de cinco presos para cada profissional, o déficit é de aproximadamente 6 mil agentes.

Os profissionais reclamam também da falta de estrutura para cumprir todas as medidas de segurança exigidas pela legislação e que o número de equipamentos, como coletes à prova de balas, é insuficiente - além de muitos, segundo a categoria, estarem vencidos.

Por causa disso, na operação padrão, procedimentos como o manuseio de máquinas de raio-x durante visitas, por exemplo, só serão feitos caso as roupas adequadas para o uso do equipamento sejam fornecidas, o que não ocorre atualmente.

A categoria entregou uma pauta de reivindicações ao governo. Entre os principais pontos da lista estão a reformulação do plano de cargos e carreiras da categoria, a elevação do adicional de risco de vida dos atuais 100% para 225% e aumento salarial que siga o padrão das demais classes da segurança pública.

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