Polícia Federal

Traficante internacional de órgãos será extraditado da Itália para o Recife

Aline Vieira
Aline Vieira
Publicado em 30/07/2014 às 7:26
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Gedalia foi preso por policiais italianos no aeroporto de Fiumicino, em Roma / Foto: Polícia Federal/Divulgação

Gedalia foi preso por policiais italianos no aeroporto de Fiumicino, em Roma Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal em Pernambuco enviou, na última segunda-feira (28), um delegado e um agente federal da Interpol de Pernambuco à Itália para realizar a extradição do ex-oficial do exército israelense Gedalia Tauber, 78 anos, preso no Recife no ano de 2003 na Operação Bisturi. A operação desarticulou uma quadrilha de tráfico internacional de pessoas para retirada de órgãos.

Gedalia Tauber estava foragido desde 2009, quando recebeu autorização da Justiça Estadual de Pernambuco para viajar por 30 dias, mas não voltou para o Brasil. Tauber foi preso em junho no aeroporto de Fiumicino, em Roma, quando tentanva entrar na Itália vindo de Boston, nos Estados Unidos. Policiais italianos desconfiaram que seu passaporte era falso e o interrogaram após fazer uma pesquisa na base de dados da Interpol.

A chegada ao Recife está prevista para este sábado (2), e Gedalia será levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), onde ficará à disposição da 1ª Vara Regional de Execução Penal. Lá, terminará de cumprir a pena de 11 anos e 9 meses, por tráfico de órgãos e formação de quadrilha, da qual faltam 4 anos e 9 meses.

OPERAÇÃO BISTURI - A quadrilha da qual Gedalia Tauber fazia parte abordava pessoas do Recife e do interior de Pernambuco para retirar seus rins e usar em cirurgias oferecidas a pacientes israelenses na África do Sul. O objetivo era dar um golpe no sistema da saúde do país, que indenizava cada cirurgia com US$ 150 mil.

Quem era submetido à cirurgia tinha que assinar uma declaração falsa, declarando que um parente estava recebendo o órgão. Após receber o dinheiro, a quadrilha pagava à pessoa que teve o rim retirado e dividia o que sobrou entre os seus integrantes, um valor que chegava a ser 20 vezes maior do que os "doadores" recebiam.

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