Conclusão de inquérito foi apresentado na manhã desta terça Foto: Elvis de Lima/NE10
De acordo com o delegado Guilherme Caraciolo, uma das motivações para Claúdio mandar matar o médico Artur era a possibilidade de a vítima entrar com uma ação na Justiça denunciando irregularidades descobertas no hospital. Segundo o delegado, uma testemunha, de nome não revelado na coletiva de imprensa, disse em depoimento que "Artur chegou a comentar com ele que rompeu a sociedade com o Cláudio, pois este recebia um percentual dos convênios, se o paciente precisasse de internação na UTI. Disse ainda, que não concordava com esta 'falcatrua' de Cláudio".
Outra testemunha disse "que passou a desconfiar de alguns procedimentos de Cláudio, dentre eles um pedido em excesso de materiais para realização de cirurgias". Para ela, Cláudio fazia compra de produtos que sequer eram utilizados durante as cirurgias do hospital. Além disso, "uma cirurgia, que custava entre R$ 25 e R$ 30 mil em materiais tinha o preço final de R$ 120 mil cobrado ao convênio", mencionou.
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INDICIADOS - Além de Cláudio, mandante do crime, foram presos seu filho, o advogado Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32 e o motorista Lyferson Barbosa da Silva, 26. Eles foram indiciados por sequestro, homicídio, roubo, associação criminosa, estelionato e comunicação falsa de crime. A polícia descobriu ainda a participação do comerciante Jailson Duarte Cesar, 29 e do auxiliar de expedição Flávio Braz de Souza, 32, proprietário da arma 9 mm que efetuou os disparos.
Este último já está sendo procurado por participar do assalto ao Shopping Guararapes, ocorrido em junho deste ano, que deixou mais de cinco feridos e uma idosa morta. A prisão dos dois por parte do caso Artur deve ser decretada em breve.
Segundo o delegado Caraciolo, Cláudio pediu para que seu filho encontrasse pessoas para executar o crime. Ele falou com Jailson, com quem mantém um escritório, que indicou Lyferson e Flávio para realizar a execução. Lyferson também é acusado de participar do assalto ao shopping.
Entre os elementos que ajudaram a polícia a chegar aos acusados estão as digitais de Cláudio Júnior, que foram encontradas no recipiente utilizado para atear fogo no carro do médico, incinerado no dia do crime.
Veja a galeria com a cronologia do crime: