SANIDADE

Laudo médico atesta que trio de canibais não tem problemas mentais

NE10
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Publicado em 26/11/2013 às 15:31
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Um laudo médico - solicitado pela defesa do trio acusado de canibalismo em Garanhuns, no Agreste pernambucano - atesta que os acusados não têm insanidade mental, o que os coloca na situação de imputáveis. O parecer elaborado pela Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) foi entregue à Justiça na última sexta-feira (22). A juíza Maria Segunda Gomes, da Vara do Tribunal do Júri de Olinda, ordenou que os documentos fossem incluidos no processo para dar continuidade às audiências.

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A defesa de Jorge Negromonte, 50 anos, Isabel Cristina, 51, e Bruna Cristina de Oliveira, 25, representada pelo advogado Ranieri Aquino, solicitou em dezembro do ano passado o laudo para que fosse instaurado um caso de incidente de sanidade mental. Se o distúrbio fosse atestado, os três não poderiam ser julgados pelos atos que praticaram. Os crimes pelos quais são acusados são homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, emprego de crueldade, impossibilidade de defesa da vítima e assegurar impunidade ao esconder os corpos), além de ocultação de cadáver e por esquartejar os corpos.

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Corpos de Giselly e Alexandra foram esquartejadas e enterradas no quintal da casa dos assassinos (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

As vítimas que tiveram os corpos encontrados em Garanhuns foram Giselly Helena da Silva, conhecida como “Geisa dos Panfletos”, e Alexandra da Silva Falcão, 20 anos. Os restos mortais de Jéssica Camila da Silva foram encontrados na casa onde o trio morou em Rio Doce, Olinda, no Grande Recife. A filha de Jéssica, Tainá Vitória, foi criada como se fosse deles, com o nome de Emanuele. Jorge, Isabel e Bruna assumiram em depoimento ter comido a carne das três e ter feito a Emanuele comer a carne da mãe quando ainda tinha pouco mais de 1 ano.

RELEMBRE O CASO - A polícia chegou até os acusados após a família de Alexandra da Silva Falcão levar à delegacia uma fatura de cartão de crédito apontando que estariam fazendo compras no comércio de Garanhuns com a documentação dela. “Com essa informação em mãos, fomos até as lojas mencionadas na fatura. Chegando nesses estabelecimentos, solicitamos as imagens do circuito interno de segurança e conseguimos prender os acusados”, explicou na época o delegado Wesley Fernandes, da Polícia Civil de Pernambuco.

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Com a ajuda da esposa e da amante, Jorge praticou o crime e ainda contou detalhe em livro (Foto: Wenyson Albiérgio/Especial para o NE10)

Presos, os acusados confessaram estar usando os documentos da vítima e afirmaram também ter matado Alexandra e Giselly Helena da Silva, que estava desaparecida desde o dia 12 de março de 2012. Em depoimento, eles também confessaram terem enterrado os corpos no quintal da própria casa. Quando chegaram à residência, os policiais foram recebidos por uma criança de apenas cinco anos que deu informações do crime para a polícia e apontou os locais onde estavam enterrados os corpos.

O trio foi encaminhado para o HCTP, em Itamaracá, a pedido da juíza Maria Segunda Gomes após a primeira audiência do caso no Fórum de Olinda no dia 25 de outubro. Na primeira audiência, foram ouvidas cinco das 20 testemunhas da morte de Jéssica Camila. Ainda não há data definida para as novas audiências.

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