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UFPE e Rural aprovam indicativo de greve em assembleias

Benira Maia
Benira Maia
Publicado em 14/05/2015 às 12:25
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Professores da UFPE aprovaram indicativo de greve nesta quinta / Foto: JC Imagem

Professores da UFPE aprovaram indicativo de greve nesta quinta Foto: JC Imagem

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) aprovaram,  em assembleias nestas quinta (14) e quarta-feiras (13) - respectivamente -, o indicativo de greve.

Em reunião na manhã desta quinta, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) decidiu pelo indicativo de greve no dia 28. Dos 71 presentes, 38 docentes foram favoráveis, 23 contrários e 7 se abstiveram da votação.

Segundo o presidente da Adufepe, Gilberto Sousa, a aprovação do indicativo é uma construção para dar um panorama da situação ao governo e chamar para negociação. "Não estamos só discutindo ganho salarial, também pedimos melhores condições de trabalho para os professores", explicou.

Na pauta da assembleia, estava ainda a votação de adesão à paralisação nacional para esta quinta-feira (14), mas essa não foi aprovada pela categoria. Ou seja, hoje tem aula na UFPE.

UFRPE - Já os professores da Federal Rural decidiram, nessa quarta, pelo indicativo para o dia 27. De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), José Nunes, uma greve das instituições federais não está descartada. "O indicativo quer dizer que estamos dispostos a começar uma greve. Mas isso só será aprovado ou não após a reunião nacional", explica.

O motivo principal da mobilização é, segundo Nunes, um corte de R$ 7 bilhões na educação pública, que impacta o funcionamento das universidades. "Na Rural, está havendo limitação de diárias. Em outras universidades, sabemos de problemas com a conta de energia, terceirizados que não estão recebendo os salários pela falta de repasses, atraso nas bolsas dos estudantes, entre outros", relatou.

Na assembleia da Aduferpe, a paralisação desta quinta foi aprovada. Portanto, os docentes da instituição de enivo participam do Dia Nacional de Paralisação dos Docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE).

Pela manhã, os docentes fizeram panfletagem na Rural para esclarecer as reivindicações da categoria e convocar os associados para participar. A partir das 14h30, o grupo realiza debate sobre as condições de trabalho e estudo na UFRPE.

Apesar da mobilização, a assessoria de imprensa da universidade informou que a instituição funcionará hoje normalmente, e depende de cada professor se dará aula ou não.

NACIONAL - Nesta quinta, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) promove ato em Brasília (DF), em frente ao Ministério do Planejamento. No local, acontece uma reunião do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais com representantes da Secretaria de Relações do Trabalho (SRT). O objetivo da mobilização é avançar na negociação da Campanha Salarial 2015.

Na reunião, serão discutidos a data-base dos servidores federais, os direitos de negociação coletiva, direito de greve e regulamentação da convenção 151 da OIT e liberação de dirigentes sindicais. Por isso, a categoria acredita que é preciso reforçar a mobilização. Após o encontro, será realizada a Reunião Ampliada do Fórum dos SPF, no Hotel Imperial, em Brasília, para avaliar o andamento da negociação.

Nesta quinta, também sem aulas universiddades federais de seis estados, entre elas as do Rio de Janeiro e a de Sergipe.

DEFLAGRAÇÃO DA GREVE - De acordo com o presidente da Adufepe, Gilberto Sousa, os próximos passos para a deflagração da greve serão discutidos em reunião com representantes das associações de docentes de todo o País, em Brasília, nesta sexta (15) e sábado (16). Caso seja aprovado um indicativo nacional, as associações estaduais farão uma nova roda de assembleia para votar a deflagração.

"Para a greve ser deliberada, é preciso aprovação de 10% dos docentes de cada associação", explica. Segundo ele, a Adufepe conta com 2.699 professores. "Precisamos de pelo menos 270 para deflagrar a greve na UFPE", conclui.

OUTRAS INSTITUIÇÕES - Os professores do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) também realizam uma série de assembleias. De acordo com a assessoria do Sindicato Nacional da Educação Básica Profissional e Tecnológica de Pernambuco, (Sinasefe-PE), a agenda começou nessa quarta-feira (13) com assembleia no cêmpus de Caruaru, Agreste do Estado. Os câmpus Ipojuca, Pesqueira e Afogados da Ingazeira realizam na próxima quarta (20) e o de Garanhuns, no dia 21.

A Universidade de Pernambuco (UPE) realizou assembleia conjunta - docentes, servidores e alunos - também na quarta (13) e foi decidida paralisação de advertência na próxima quarta-feira (20). O ato é marcado principalmente, segundo o sindicato, pelo corte de verbas de 50% para manutenção dos câmpus de todas as regiões do Estado, falta de concursos para professores e servidores e falta de assistência estudantil para alunos que moram longe, ajuda que teria sido prometida pelo Governo e não foi implementada até então. 

Na próxima quarta (20), está marcado um protesto na frente ao Hospital Oswaldo Cruz, na área central do Recife, e a intenção é sair em passeata até o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, para que as medidas sejam discutidas. Na quinta-feira (21), dependendo das respostas pós-paralisação, a assembleia vai decidir que medidas tomar.

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