Mesada é um dos artifícios que podem ser utilizados na educação financeira Foto: Dsop/Reprodução
Crianças são incentivadas a refletir sobre o consumoFoto: Giovanna Torreão/ NE10
"As crianças são inteligente e têm total condição de aprender a lidar com dinheiro. Os pais não só podem, como devem, educar financeiramente os filhos", destaca o analista. Para o especialista, o início desse processo de ensino será definido pela própria criança. "A partir do momento que ela diz que quer um determinado produto, é preciso começar a introduzir os conceitos de finanças pessoais, explicar o que é o dinheiro e como ele é adquirido. Apenas dizer não, sem explicar o motivo, pode gerar uma revolta interna", diz Tiago.
Para a bancária Viviane Burle, mãe de Camila e Marina, de 8 e 5 anos, respectivamente, educação financeira é um desafio constante. "A mais nova ainda está incorporando as informações, enquanto a mais velha já entende melhor, mas vamos repassando os conceitos aos poucos, mostrando que os recursos financeiros são limitados, conforme a idade delas", conta. Até mesmo temas considerados complexo, são conversados na família. "Nós explicamos que estamos passando por um momento de crise, que os produtos estão mais caros. Elas mesmas notam isso quando vão ao supermercado comigo", acrescenta.
Juntas, Camila e Marina guardam o dinheiro e escolhem no que vão gastar. "Começou quando, há cerca de 2 anos, elas quiseram ir para um parque aquático em Fortaleza. Nós explicamos que era caro, mas elas juntaram e pagaram pelo passeio. A partir de então, estabelecem metas", comenta Viviane, acrescentando que o aliado da dupla é o porquinho.
O analista Tiago Monteiro lembra que um dos artifícios que podem ser utilizados para iniciar as primeiras lições de educação financeira é a mesada. "Por meio dela, as crianças e adolescentes podem aprender que vários produtos que elas desejam custam mais do que o que elas recebem. É então que eles devem estabelecer um planejamento financeiro a curto, médio e longo prazo, a fim de alcançar o que desejam", explica Monteiro.
Mas, para que a criança se torne um adulto consciente financeiramente, os pais precisam ser firmes e cumprir nas regras estabelecidas. "Algumas crianças e adolescentes gastam mais do que recebem e pedem mais dinheiro aos pais", diz o analista, destacando que faz parte do ensinamento que a família não ceda. "Ao sucumbir, os pais deixam de trabalhar os conceitos de planejamento e de controle de gastos, fazendo com que os filhos pensem que podem gastar ilimitadamente. A criança precisa entender que deve viver com o que recebe", completa.
Confira abaixo sites que podem ajudar na educação financeira infantil:
- O Turma da Bolsa, da BM&FBOVESPA, mostra conceitos básicos de educação financeira por meio de conteúdos para crianças de 7 a 10 anos;
- Bate-Bola Financeiro coloca as habilidades financeiras dos pequenos à prova através de um jogo de perguntas de múltipla escolha;
- O Banco Central disponibiliza uma série de cartilhas para introduzir os temas com os pequenos;
- No Bankids, o Banco das Crianças, os pequenos aprendem o valor do dinheiro e outros conceitos da educação financeira;
- O site do Governo Federal disponibiliza gratuitamente para download três livros de educação financeira para crianças.